A retoma da economia portuguesa será feita de forma muito moderada, registando-se mesmo em 2005 um novo abrandamento da procura interna, prevê o Banco de Portugal no Boletim económico apresentado hoje.

A entidade liderada por Vítor Constâncio estima que este ano, a procura interna cresça apenas 1,2%, contra os 1,9% verificados em 2004 e os 2,6% previstos pelo Governo.

A variação do consumo privado irá passar de 2,2% no ano passado para 1,5% e o investimento de 1,8% para 1,7%. Em 2006 espera-se uma recuperação destes indicadores, mas feita de forma moderada.

O Banco de Portugal explica esta evolução com o facto de «os desequilíbrios acumulados no passado não deverem permitir um ritmo mais dinâmico de crescimento da despesa privada, em particular da relacionada com a aquisição de habitação, e da despesa das administrações públicas».

As exportações líquidas serão assim, graças a um aumento da procura externa e a uma redução do ritmo das importações, o factor por trás da aceleração, embora modesta, da economia portuguesa.

O Banco de Portugal espera que as exportações cresçam 7,5% em 2005 e 8,6% em 2006.