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Portas: "Vejo debates quinzenais em todos os parlamentos democráticos"
O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, voltou a falar da sua ausência nos debates televisivos que antecedem as eleições legislativas de 4 de Outubro e relembrou que Costa classificou os debates quinzenais de "estupidez".
Paulo Portas acusa o Partido Socialista de falta de cordialidade democrática, reitera que vai lutar pela maioria e não arrisca "revogar" a resposta à pergunta sobre se esta é a última vez que se candidata às legislativas, referindo-se ao episódio do Verão de 2013, em que acabou por retirar a sua demissão. As afirmações do líder do CDS tiveram lugar na entrevista desta quinta-feira, 3 de Setembro, conduzida pela TVI.
Paulo Portas não deixou escapar a oportunidade de abordar a sua ausência dos debates televisivos dos candidatos às eleições legislativas e acusou o PS de ter vetado a sua participação. "Eu acho que isto não é um acto isolado. Creio que ouvi António Costa dizer na Quadratura do Círculo que o debate quinzenal era uma estupidez. Como é que ele acha que se fiscaliza um primeiro-ministro? Há aqui uns sinais de arrogância (...) dizer que os debates com o primeiro-ministro são uma estupidez não acho que seja a maior cordialidade democrática". O líder do CDS-PP sustentou ainda que vê debates quinzenais em todos os parlamentos democráticos.
Sobre o papel de Portugal na Europa, Portas falou de propostas "que visam dividir a Europa" e "não colocam Portugal na primeira divisão, mas numa posição de periferia política" defendendo que a questão mais urgente neste momento é resolver a crise de refugiados.
O líder do CDS-PP recusou comentar as polémicas declarações do primeiro-ministro britânico, David Cameron, citadas pelo jornalista da TVI, que abordou a questão dos refugiados como "uma praga" e elogiou a posição da chanceler alemã.
"Até agora, quem mais se aproximou de honrar aquilo que é o humanismo cristão e o humanismo laico que fazem os valores da Europa foi a chanceler Merkel quando disse que não iria repatriar nenhum refugiado de guerra da Síria". "A Europa ou é o que são os seus valores ou não é nada". "É preciso tomar uma posição com muita clareza e nitidez, particularmente porque o Ocidente não está isento de responsabilidades com que se passou na Síria", alertou. O vice-primeiro-ministro apelou à tradição de acolhimento do país.
"Quando o problema das migrações e dos refugiados estava em Espanha, em Itália e na Grécia, muita gente no norte da Europa tratava o problema como se fosse uma questão daqueles países. Isto não é um problema da fronteira sul, é um problema da fronteira externa da Europa. Tratam-se de pessoas que estão a fugir à morte e a uma guerra que é um genocídio múltiplo".
O actual vice-primeiro-ministro defendeu também a necessidade de um Governo maioritário e apelou ao voto da classe média e dos indecisos afirmando que Portugal "não pode deitar fora os sacrifícios que fez".