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Paulo Portas recusa falar sobre Sócrates

O líder do CDS-PP recusou durante esta manhã de domingo, 6 de Setembro, comentar a saída do ex-primeiro-ministro, José Sócrates, da prisão de Évora, sublinhando que é tempo de discutir política e não casos judiciais.

Miguel Baltazar/Negócios
06 de Setembro de 2015 às 17:51
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O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, pediu hoje ao partido que se dedique a convencer os indecisos e apontou para as "rupturas" e "convulsões" geradas por eventuais acordos do PS com o PCP e o BE.

No discurso de encerramento da Escola de Quadros centrista, que é desde 2014 a ocasião escolhida para a chamada rentrée do CDS-PP, Paulo Portas descreveu a coligação Portugal à Frente como uma aliança que se "apresenta de forma centrada e tem um programa moderado", em contraste com o PS, "que se radicalizou manifestamente".

Portas aproveitou para apelar "aos indecisos", pedindo ao partido dedicação para os ouvir e convencer. O líder centrista referiu que há vários tipos de indecisos, sendo que nesta parte do discurso se referia a "cidadãos que, sabendo que um país europeu basicamente só é governável ao centro, e com compromissos políticos e sociais, ainda não fizeram a sua opção".

O líder do CDS-PP sublinhou que os partidos à esquerda do PS não se demonstraram disponíveis para acordos com o Partido Socialista, nem aceitam "o quadro europeu em que estamos integrados". "
É o PS que diz, pela primeira vez em 40 anos, que o país pode ser governado não ao centro, mas com acordos entre o PS e os partidos à esquerda do PS", sublinha Portas, alertando para um cenário de "instabilidade".

Segundo Paulo Portas, sem estabilidade não há confiança externa ou interna e isso seria fatal para o investimento e crescimento económico do país. "Peço-vos que não deixem o país entrar em rupturas dessa natureza ou convulsões dessa ordem", apelou.

O líder centrista forneceu uma espécie de 'guião' para convencer indecisos e, neste caso, a argumentação passa por afirmar que, depois "da bancarrota" e das "contas em ordem", é possível "dizer que o coração da próxima legislatura são as políticas sociais".

 

"Exijam de nós melhorar e aperfeiçoar o estado social e fazer do programa de desenvolvimento social a prioridade da próxima legislatura. Nós temos essa vontade e fazemos esse compromisso", declarou.

Portas referiu-se também aos "cidadãos que, mais do que indecisos, estão desiludidos, desiludidos com a política em geral e com os partidos em especial" e "não são sensíveis à gritaria das campanhas, mas podem e, porventura, querem, ouvir argumentos com serenidade".

 

Para esses, Portas pediu vagar para fazer uma série de perguntas: "Fomos nós que trouxemos a 'troika'? Não. Fomos nós que negociámos o memorando? Não. Tinha algum Governo margem de manobra, depois de chamada a 'troika', depois de assinado o memorando, a poucas semanas de não haver sequer dinheiro para pagamentos básicos, para fazer substancialmente diferente? Não", sustentou.

As perguntas terminavam com a acção deste Governo: "As reformas para flexibilizar a nossa economia feitas com acordo social ajudaram a dar a volta e a vencer a recessão? Sim".

"Se a causa de uma recessão dura está no resgate de 2011 e se o impulso da progressiva retoma da economia está nas reformas com compromisso social que fizemos, então penalizem o PS, porque nunca assumiu responsabilidades nem tirou lições da política que levou ao resgate e à recessão", defendeu.

Portas pediu que dêem "o benefício da dúvida a uma coligação que, sendo reformista, ajudou não só o país a vencer a etapa da 'troika' como a ser, neste momento, um país com maior crescimento económico do que a zona euro, com criação de emprego a subir, confiança económica, com investimento".

 

O líder do CDS recusou comentar a saída de José Sócrates da prisão de Évora na última sexta-feira. "Esta campanha eleitoral é sobre política, não é sobre casos judiciais", sublinhou. No entanto, o vice-primeiro-ministro não deixou de dizer que foi o deputado "que mais oposição fez ao antigo primeiro-ministro", e que sempre considerou que "a sua política levaria Portugal à ruína e levou mesmo".

 

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