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Pedro Nuno Santos: “Não sou nem radical nem moderado, sou socialista”
O novo secretário-geral do PS discursou já em tom de pré campanha, fez balanços e promessas, lembrou Mário Soares e insistiu no lema da campanha: ter um “Portugal inteiro”. Sobre uma futura geringonça, não se comprometeu. E sobre o Orçamento do Estado disse que é bom e é para executar.
Os anos de governação socialista deixam uma herança de peso, "mas não está tudo bem, há ainda muito trabalho a fazer em Portugal", um Portugal "onde todos têm lugar, um Portugal para todos, um Portugal inteiro", onde "nenhuma região ache que é de segunda", afirmou esta noite Pedro Nuno Santos no seu discurso de vitória. "Porque este país só avançará com todos", onde todos "contribuimos de acordo com a nossa capacidade financeira" e "a preservar esta grande qualidade que é o Estado Social".
"Um Portugal inteiro reconhece e valoriza toda a gente", insistiu o novo secretário-geral do PS, recuperando, por várias vezes aquele que foi o lema da sua campanha à liderança socialista. Sem discurso escrito, mas seguindo as suas notas, Pedro Nuno Santos falou aos jovens, aos pensionistas, às mulheres "que são ainda pior remuneradas do que os homens" e que "trabalham duas vezes, dentro de casa, na famílias, e fora". Fez balanços dos anos de governação socialista e prometeu continuar. Também recusou rótulos: "Não sou nem radical nem moderado, sou socialista", declarou.
Pouco tempo depois de serem anunciados os resultados finais das diretas do partido, Pedro Nuno Santos chegou a pé ao Largo do Rato, onde foi recebido por vários apoiantes que o aguardavam à entrada por entre aplausos, num ambiente que continuaria de euforia ao longo da noite.
"Somos todos herdeiros dos fundadores e secretários gerais e no próximo ano faria 100 anos o nosso querido militante número um, Mário Soares", que "personifica bem esta força dos socialistas " e "esta ambição de termos um país melhor", declarou, dando origem a um coro de "Soares é fixe", "Soares é fixe"
Agradeceu aos dois opositores, Daniel Adrião e José Luís Carneiro, de quem disse serem "adversários circunstanciais", e garantiu: "contamos obviamente com eles" porque "é um partido inteiro que nós queremos daqui para a frente". "Teremos oportunidade de encontrar espaço" para todos, garantiu.
António Costa não foi esquecido: Um "profundo agradecimento ao nosso ainda primeiro ministro e secretário geral do PS durante nove anos, António Costa". "Tenho muito orgulho de ter estado com ele desde o primeiro ao último dia" destes "nove anos muito importantes para Portugal", declarou.
Em relação a uma futura geringonça, não se comprometeu. "Vamos para 10 de março, trabalhar e lutar para ter um grande resultado e depois trabalharemos consoante os resultados eleitorais, para ter uma solução governativa", e desde que "para cumprir" o programa eleitoral do PS", declarou. E não se afastou desta resposta mesmo quando, por várias vezes, os jornalistas insistiram no tema. "Nunca gostei muito desse termo, aquilo de geringonça não teve nada, foi estável e funcionou", disse.
E insistiu: "Queremos continuar o trabalho feito ao longo destes anos e, ao mesmo tempo, queremos dar um novo impulso e o projeto social democrata - perdoem-me utilizar este termo - que o PS tem para o país".
Questionado sobre o que fará relativamente ao Orçamento do Estado de António Costa se ganhar as eleições, afirmou: "É um bom Orçamento, que deve ser executado e cumprido. A nossa concentração deve estar na execução deste OE e na preparação do próximo".