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Passos considera "secundário" consenso sobre obras públicas

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou este domingo o Governo de ter "as prioridades mal definidas" e classificou como "secundário" um eventual consenso entre PSD e PS sobre as grandes obras públicas.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, lamentou a morte do antigo Presidente da República, que classificou como 'um grande democrata' e 'um político polémico'. 'É um dia triste para todos os portugueses', referiu Passos Coelho, à margem de uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos. Para Passos Coelho, 'será impossível' escrever a História de Portugal das últimas dezenas de anos 'sem nelas encontrar referências múltiplas à intervenção política de Soares, em muitas ocasiões decisiva'. 'Como um grande democrata que foi, o doutor Mário Soares foi também um político polémico, que combateu pelas suas ideias, há de ter feito muitos amigos, terá tido também com certeza muitos adversários ao longo de todos estes anos', acrescentou.
Passos Coelho endereçou uma mensagem de 'sentido pesar' à família e uma mensagem 'de condolências' ao PS, partido de que Mário Soares foi fundador.
03 de Setembro de 2017 às 15:30
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Na intervenção de encerramento da Universidade de Verão, que decorreu em Castelo de Vide (Portalegre), Passos Coelho referiu-se à entrevista recente do primeiro-ministro, António Costa, ao Expresso, em que este defendia um consenso de dois terços (logo, com o maior partido da oposição) a propósito das obras públicas para o pós-2020.

"Dizer que depende do principal partido da oposição para aquilo que é secundário e em tudo o que é relevante - reforma do Estado, da Segurança Social, educação, saúde, justiça -, tudo isto que é indispensável para termos um país com menos desigualdades, maior justiça social, isso não é relevante", lamentou.

Para Passos Coelho, não serão as grandes obras públicas que farão o país crescer mais, nem aumentar as suas exportações ou evoluir na área da educação ou investigação.

"Um consenso sobre as obras públicas para o futuro? Então o Governo adiou o consenso que existia sobre todas as obras públicas relevantes que podiam e deviam ter sido financiadas no quadro do Portugal 2020", criticou ainda, acusando o executivo PS de ter congelado o investimento previsto nesta área nos últimos dois anos.

Na sua intervenção, Passos aludiu também à anunciada intenção do Governo de aumentar os actuais cinco escalões do Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS), questionando que tal seja desejável em Portugal.

Segundo o líder do PSD, em Portugal quase metade dos portugueses não paga IRS porque não tem rendimentos para tal e 1,1,% dos agregados familiares fiscais gera cerca de 30% da receita do IRS.

"E ainda dizem que é preciso aumentar a progressividade fiscal? Estão a falar a sério? [...] Eu acho que estamos na fronteira do que a progressividade pode trazer de benéfico, se formos além disto as pessoas que podem pagar vão para outros destinos fiscais", alertou.

Passos Coelho voltou a salientar "o mérito do Governo" no cumprimento do défice, mas lamentou que nunca tivesse assumido a escolha que fez de dar "prioridade à recuperação salarial em detrimento da necessidade de manter o mínimo de qualidade dos serviços públicos".

"É que o Governo justificou a 'geringonç'a com a enorme crispação que existia na sociedade portuguesa gerada pelo excesso de austeridade do período anterior", considerou.

Sobre a opção do executivo pelo aumento dos impostos indirectos, Passos Coelho até admitiu que pode ser "habilidoso", por ser menos sentido pelos contribuintes, mas rejeitou que seja justo.

"Porque é que o Governo esconde? Porque não podia assumir a injustiça do que está a fazer", acusou.

O líder do PSD desafiou ainda o Governo, que tem tido reuniões com PCP e BE sobre "o leilão orçamental", a dizer se já tem apoio dos partidos da 'geringonça' para aderir ao mecanismo europeu de cooperação reforçada em matéria de defesa, uma decisão que terá de ser tomada até Setembro/Outubro.

"Vão gastar mais em defesa? Vão fazer algum investimento com apoio do PCP e do BE para trabalhar num Portugal que possa defender-se melhor. Isto não se discute", disse, lamentando que não se discutam outras matérias como a reforma do Estado ou da Segurança Social.
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