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Passos Coelho diz que obras públicas que governo quer discutir já estavam previstas

O líder do PSD admitiu segunda-feira que as obras públicas que o governo pretende discutir com a oposição poderão ser as que já estavam definidas como prioritárias pelo anterior governo e não foram feitas para reduzir o défice.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, lamentou a morte do antigo Presidente da República, que classificou como 'um grande democrata' e 'um político polémico'. 'É um dia triste para todos os portugueses', referiu Passos Coelho, à margem de uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos. Para Passos Coelho, 'será impossível' escrever a História de Portugal das últimas dezenas de anos 'sem nelas encontrar referências múltiplas à intervenção política de Soares, em muitas ocasiões decisiva'. 'Como um grande democrata que foi, o doutor Mário Soares foi também um político polémico, que combateu pelas suas ideias, há de ter feito muitos amigos, terá tido também com certeza muitos adversários ao longo de todos estes anos', acrescentou.
Passos Coelho endereçou uma mensagem de 'sentido pesar' à família e uma mensagem 'de condolências' ao PS, partido de que Mário Soares foi fundador.
12 de Setembro de 2017 às 07:48
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"Tenho uma desconfiança de que as obras públicas que o governo está a pensar são todas aquelas que já estão decididas como prioritárias, estavam ao abrigo do Portugal 2020, mas o governo simplesmente não as fez porque tomou a opção - é a opção do governo, que nós respeitamos - de colocar o investimento público ao nível mais baixo de há muitos anos no nosso país, para cumprir a meta do défice", disse.

Para Pedro Passos Coelho, que falava durante um encontro com apoiantes da coligação PSD/CDS-PP que concorre às eleições autárquicas para a Câmara de Palmela, "foram feitas escolhas" que implicaram que muitas das obras contratualizadas, ou previstas e calendarizadas ainda com o governo anterior, não tivessem sido realizadas pelo actual governo socialista.

"Falo, a título de exemplo, da ligação para mercadorias em bitola europeia, a partir de Sines até Caia (Espanha), como a valorização de toda a ligação de Aveiro até Espanha, muito relevante para as exportações portuguesas - e não só -, para que futuras empresas se venham a colocar perto destas localizações para transformar produtos que possam aportar a Portugal e a partir daqui ser exportados, quer por via marítima quer por caminho-de-ferro, para a Europa. Tudo isso estava previsto lá, não foi feito nada", disse.

"Foi aqui recordada a questão do aeroporto de Lisboa. Se nós estivéssemos no governo já estavam iniciadas as obras para a ampliação do aeroporto de Lisboa. Não é compreensível que dois anos depois esteja tudo na mesma", acrescentou.

No encontro em Palmela, Pedro Passos Coelho acusou também o PS de se querer apropriar do trabalho realizado pelo anterior executivo para colocar em prática a escolaridade obrigatória de doze anos, durante o período da 'troika', em condições muito difíceis.

"Em 2009, o governo do engenheiro José Sócrates quis aprovar à pressa, antes das eleições, na Assembleia da República, o alargamento da escolaridade obrigatória para doze anos", disse o líder do PSD, acrescentando que, até 2011, os socialistas nada fizeram para implementar a decisão, mas agora querem apropriar-se do facto de haver muito mais gente a entrar no ensino superior.

"Nós sabemos reconhecer bem a esperteza saloia, mas sabemos como é importante para o futuro tomar a tempo as medidas que são importantes para o nosso crescimento futuro, para o nosso bem-estar futuro, e para o nosso desenvolvimento futuro. E futuro é o que tem faltado a este governo", acrescentou Passos Coelho, que também não poupou a maioria de esquerda no Parlamento pela reversão de diversas medidas do anterior governo PSD/CDS-PP.

No encontro em Palmela, o cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP, Paulo Ribeiro, defendeu que o maior adversário de sociais-democratas e populares no concelho de Palmela não é a actual maioria CDU nem o PS, mas a elevada taxa de abstenção, que nas eleições autárquicas de 2013 foi de 62%, a terceira maior do país.
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