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O Cartão de Cidadão fez dez anos e o Governo fez-lhe uma festa
António Costa renovou o seu cartão e apresentou o protótipo de uma nova máquina distribuidora, onde os cidadãos poderão levantar o cartão sem necessidade de se dirigir ao serviço para o pedir. Festa fez-se na Casa da Moeda, onde são produzidos os cartões.
Em dez anos foram produzidos 20.152.344 cartões, 1,5 milhões dos quais para entrega no próprio dia. Activos são, neste momento, 10.932.383 milhões. Destes, 204 pertencem a cidadãos com mais de 100 anos. Pouco mais de um milhão pertencem a crianças até aos dez anos.
O balanço vem do Ministério da Justiça, numa altura em que se assinalam os dez anos sobre o lançamento do Cartão de Cidadão. Esta quinta-feira, 7 de Dezembro, o Governo fez-lhe uma festa de aniversário onde, entre vários membros do Executivo, estiveram a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa e o primeiro-ministro.
O cartão de identificação que substituiu o antigo Bilhete de identidade foi simbolicamente lançado na cidade da Horta, no Faial, onde nasceu Manuel de Arriaga, o primeiro português a ter um Bilhete de Identidade tirado em 1914, quando era Presidente da República. Na altura do lançamento, há 10 anos, o primeiro cartão foi entregue ao cidadão mais velho da ilha do Pico e à melhor aluna do 12.º ano, também aí residente. Esta fez agora um depoimento, gravado a partir de Madrid, onde reside, sobre a forma como o cartão mudou a sua vida.
Foi esse, aliás, o enfoque que o Governo quis dar ao tema nesta festa de aniversário. O Cartão de Cidadão junta vários documentos num só e tem funcionalidade que facilitam a vida a quem o usa. Anabela Pedroso, secretária de Estado da Justiça, lembrou como, quando avançaram, apenas três países "se tinham aventurado" e como, frisou, este foi "um projecto que marcou a inovação a nível mundial".
Maria Manuel Leitão Marques passou em revista os tempos do lançamento do cartão e alguns episódios como "a difícil reunião com as forças de segurança" em que "houve alguém que achou que a impressão digital era importante ficar à vista para que se pudesse comparar com a do portador do cartão".
Numa das naves industriais da Imprensa Nacional Casa da Moeda, onde são produzidos os cartões, o primeiro-ministro testou publicamente o "Cartão de Cidadão automático". Basicamente trata-se de uma máquina, ainda em protótipo, que deverá ser instalada em locais públicos abertos 24 horas por dia e onde um cidadão poderá revalidar o seu cartão, entregando o antigo e recebendo um novo.
Para já, no entanto, é apenas isso, um protótipo, apesar de, para as câmaras, Costa ter simulado a validação, por mais dez anos, do seu Cartão de Cidadão. "Esta máquina envelhece-nos em poucos segundos. Estou muito mais novo no cartão que entreguei e muito mais velho no que saiu da máquina", brincou o primeiro-ministro.
"Hoje já podemos ter grande parte das funcionalidade do Cartão de cidadão no nosso telemóvel. Daqui a dez anos, não imaginamos onde poderão estar", rematou António Costa.