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NATO convoca reunião de emergência para avaliar a situação

Horas depois da invasão russa na Ucrânia e das primeiras explosões no país, estão em curso várias reuniões nas altas instituições europeias e mundiais. Líderes e governantes europeus e não-europeus condenam a decisão de Putin.

EPA
24 de Fevereiro de 2022 às 10:23
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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) vai reunir-se de emergência, na manhã desta sexta-feira, ao nível dos embaixadores dos países membros, para avaliar a invasão da Ucrânia.


O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, está "a acompanhar a situação de perto" e após a reunião será realizada uma conferência de imprensa , diz o porta-voz da organização.


Stoltenber já tinha condenado fortemente o ataque "imprudente e não provocado" da Rússia à Ucrânia, que considera pôr em risco "incontáveis vidas de civis", e lamenta que Moscovo tenha escolhido o "caminho da agressão".


Além da NATO, também os embaixadores dos 27 Estados-membros junto da União Europeia já estão reunidos em Bruxelas, para discutir a ofensiva militar russa na Ucrânia e preparar o Conselho Europeu extraordinário, marcado para esta quinta-feira à noite.


Durante a reunião marcada para as 19 horas (hora de Lisboa) desta quinta-feira, os líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, vão aprovar um novo pacote de sanções da UE à Rússia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já prometeu que serão "pesadas".


"Estamos perante um ato de agressão sem precedentes por parte da liderança russa contra um país soberano e independente. O alvo dos russos não é apenas Donbass, o alvo não é apenas a Ucrânia, o alvo é a estabilidade na Europa e toda a ordem internacional de paz e responsabilizaremos o Presidente Putin por isso, pelo que, ainda hoje, apresentaremos um pacote de sanções pesadas e direcionadas aos líderes europeus", disse Ursula von der Leyen, horas depois das primeiras explosões na Ucrânia.


Von der Leyen frisou que as novas medidas restritivas visam "setores estratégicos da economia russa, bloqueando o acesso a tecnologias e mercados que são fundamentais para a Rússia".


"Enfraqueceremos a base económica da Rússia e a sua capacidade de modernização e, além disso, iremos congelar os ativos russos na UE e impedir o acesso dos bancos russos aos mercados financeiros europeus", visando, à semelhança do primeiro pacote de sanções, "afetar os interesses do Kremlin e a sua capacidade de financiar a guerra", explicou.


Horas depois dos primeiros ataques russos, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, deu ordem às tropas de Kiev para provocarem o maior número de baixas às forças russas que invadiram o país e convocou uma reunião de emergência do governo ucraniano, apelando à população para procurarem abrigos.


Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o conflito "tem de acabar agora" e apelou ao presidente Putin para que "em nome da humanidade faça regressar as suas tropas à Rússia". Para Guterres, "este é o momento mais triste" do seu mandato como secretário-geral da ONU.


Em Portugal, o primeiro-ministro está reunido com ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, com o ministro da Defesa Nacional e com o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA).


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, diz que a decisão de Putin é uma "flagrante violação do direito internacional" e manifestou "total solidariedade" para com o povo ucraniano. O Chefe de Estado também já marcou para as 12 horas reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional.

 

Líderes europeus condenam ataque russo


São já vários os líderes e governantes europeus a condenar a invasão russa à Ucrânia.


O chanceler alemão, Olaf Scholz, condenou o ataque conduzido pela Rússia à Ucrânia, adiantando que este ataque é um "violação flagrante do direito internacional, que não é de forma alguma justificável".


"A nossa solidariedade está com a Ucrânia e o seu povo. A Rússia deve parar esta ação militar agora. Consultaremos o G7, a NATO e a UE ainda hoje. É um dia terrível para a Ucrânia e um dia sombrio para a Europa", adiantou o líder alemão, numa primeira reação ao início da invasão na Ucrânia.


Também o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, diz estar chocado com os últimos desenvolvimentos e já garantiu ao Presidente ucraniano que os aliados ocidentais não ficarão parados enquanto a Rússia ataca a Ucrânia.


O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, recorreu ao Twitter para escrever que "o governo de Espanha condena a agressão da Rússia contra a Ucrânia e mantém-se solidário com o Governo e o povo ucraniano".


Em França, Emmanuel Macron já fez saber que "condena veementemente a decisão da Rússia de fazer guerra à Ucrânia" apelando a Moscovo para que "coloque imediatamente termo às suas operações militares".


"A França é solidária com a Ucrânia. Apoia os ucranianos e atua com os seus parceiros e aliados para travar a guerra", acrescentou o chefe de Estado francês em duas publicações na rede social Twitter.


O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, também condena o ataque da Rússia à Ucrânia, classificando-o de "injustificado e injustificável".


O Ministro dos Negócios Estrangeiros holandês, Wopke Hoekstr, defende uma "forte condenação" da ofensiva russa na Ucrânia e afirmou que Moscovo "pagará um preço pesado" pelo que chamou um "ato de guerra" contra Kiev. A Finlândia e a Suécia consideram a decisão de Putin "um ataque à ordem de segurança europeia".

 

Reações fora da Europa


Além dos países europeus são já também vários os governantes a reagirem ao ataque russo.


A China acredita que "a porta para uma solução pacífica da crise ucraniana ainda não foi completamente fechada, e não deve ser fechada. Saudamos todos os esforços que possam ajudar a resolver isto através dos canais diplomáticos", disse o embaixador chinês nas Nações Unidas, Zhang Jun.


A Índia disse estar "atenta à situação" na Ucrânia, e anunciou que o foco do país estava em garantir a segurança dos seus nacionais, sobretudo dos estudantes.


O governo da Nova Zelândia considera o ataque "injustificado" e disse que está a falar com outros países para emitir uma "resposta conjunta".


O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, diz que a invasão russa "abala os alicerces da ordem internacional".


Por fim, o presidente dos EUA classifica a decisão de Putin como "uma guerra premeditada que resultará em sofrimento humano catastrófico e em perdas".Joe Biden frisa que "só a Rússia é responsável pela morte e destruição que este ataque irá causar", insistiu, assegurando que "o mundo responsabilizará a Rússia".

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