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Mário Centeno diz que o modelo de baixos salários “está esgotado”

O ministro das Finanças defendeu, esta quarta-feira, que o modelo de baixos salários não torna o país competitivo. E considera essencial aproveitar o potencial endógeno nacional, além de investir em inovação.

Rodrigo Gatinho
06 de Janeiro de 2016 às 21:22
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Mário Centeno interveio ao início da noite numa conferência do ISEG sobre o modelo competitivo de Portugal, e afirmou que não é com base num modelo de salários baixos que Portugal se destaca. "Os salários são apenas uma variável. É redutor equacionar a competitividade apenas com salários. O velho modelo competitivo de baixos salários não é compatível com as perspectivas de integração de Portugal na União Económica e Monetária", sublinhou.

 

Para Centeno, "a regeneração da economia nacional depende amplamente da capacidade do país explorar o seu potencial endógeno e de competitividade, assente em factores como a aposta central na inovação". O ministro considera ainda que "é necessário introduzir mecanismos estatais que permitam aproveitar as externalidades positivas associadas à investigação e desenvolvimento".

 

"É necessário contar com todos os agentes económicos: as empresas, o Estado, as universidades e todos os centros de saber e inovação", assinalou.

 

Aproveitando a presença do governador do Banco de Portugal no auditório do ISEG, Centeno disse ainda que a regulação é um factor de competitividade. "É necessário haver em todos os sectores um modelo [de regulação] eficiente, que seja eficiente na penalização" das más práticas, sustentou.

 

Para que todos estes factores possam efectivamente dinamizar a competitividade, é necessário que existam "instituições de qualidade e inclusivas". "Só assim será possível aumentar a qualidade, fomentar a criação de empresas com capacidade de se internacionalizarem, com impacto positivo na criação de novos empregos e na riqueza nacional", nota.

 

"Só através de um modelo de desenvolvimento com instituições inclusivas será possível vencer o desafio" da competitividade e "melhorar as condições de vida dos portugueses", rematou. Carlos Costa também interveio nesta conferência, aproveitando para passar em revista o impacto do programa de ajustamento na estabilidade do sector financeiro.

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