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Lusodescendentes são mais educados que os nascidos em Portugal

Um estudo publicado pelo INE mostra que os chamados emigrantes de segunda geração têm mais estudos, uma maior participação no mercado de trabalho europeu e conseguem também empregos mais qualificados.

Bruno Simão/Negócios
07 de Agosto de 2017 às 12:22
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Os descendentes de emigrantes têm um perfil escolar superior aos nascidos em Portugal e até ligeiramente acima da média europeia, mostra uma publicação divulgada pelo INE esta segunda-feira, 7 de Agosto, com dados relativos a 2014, referente aos emigrantes portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu.

 

O ensino superior é a habilitação literária de 27,5% dos chamados emigrantes de segunda geração – pessoas que nasceram noutro país que não Portugal, mas com pai ou mãe ou ambos nascidos em Portugal –, o que compara com percentagens inferiores quer em Portugal (19,3%) quer na Europa (26,2%). E quando se alarga a análise ao nível de ensino secundário e pós-secundário, a diferença é ainda maior: 42,5% dos lusodescendentes apresenta este grau de formação, enquanto em território nacional baixa para os 23,6%.

 

Fazendo a ligação com o mercado de trabalho, os dados reportados neste estudo, que abrange um total de 1,7 milhões de pessoas com "background" emigratório português (dos quais 812 mil são emigrantes de segunda geração) evidenciam também que os lusodescendentes que concluíram uma licenciatura conseguem "uma maior participação no mercado de trabalho", com uma taxa de emprego (96,6%) maior do que a de Portugal (86,2%) e da Europa (86%).

 

Além disso, os filhos dos portugueses que nasceram no estrangeiro – e ao contrário do lote em que se incluem os seus pais – conseguem também melhores empregos. Quase metade (44%) dos emigrantes de segunda geração que estão empregados enquadra-se no grupo profissional tipificado como o mais qualificado (dirigentes, quadros superiores, especialistas e técnicos), um valor acima dos 38% registados em Portugal e dos 41,4% a nível europeu. E quase o dobro do observado para emigrantes de primeira geração (23,4%) neste estudo, que envolveu os países da União Europeia (exceptuando a Alemanha, Irlanda, Dinamarca e Países Baixos), a Noruega e a Suíça.

Novos emigrantes, o mesmo apelo familiar

"Os resultados apontam no sentido de uma mobilidade escolar ascendente da segunda geração de emigrantes face aos seus pais: independentemente do nível de escolaridade dos pais, os filhos têm maioritariamente um nível de escolaridade secundário/pós-secundário ou superior", lê-se no destaque feito pelo INE. É que menos de 12% desses emigrantes de primeira geração concluíram um curso superior. Um perfil "tendencialmente baixo" e que desce ainda mais, para apenas 2,7%, quando a análise é confinada à população entre os 55 e os 64 anos.

 

Sem surpresa, a proporção de emigrantes mais jovens (25-39 anos) com ensino superior sobe para 26,3%, cerca de dez vezes superior à registada nos mais velhos. Independentemente da clivagem etária, os 907 mil emigrantes de primeira geração abrangidos pela amostra evidenciam que a família (53,6%) e o emprego (39,2%) foram as duas principais motivações para sair de Portugal. Ainda que, entre os que invocaram motivos laborais, foram mais os que ultrapassaram a fronteira sem emprego certo no país de acolhimento do que aqueles que partiram já com essa garantia.

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