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IL diz que questionário para governantes é "uma mão cheia de nada"

João Cotrim Figueiredo criticou que, "passado uma semana [desde que foi anunciado pelo primeiro-ministro que iria passar a existir um mecanismo] a montanha pariu um rato" e acusou o primeiro-ministro de se ter lembrado "disto de repente a meio do debate".

Miguel Baltazar
12 de Janeiro de 2023 às 20:30
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O ainda presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, classificou hoje como "uma mão cheia de nada" a solução de um questionário de verificação prévia à proposta de nomeação de membros do Governo ao Presidente da República.

"É uma solução que é uma mão cheia de nada, e que na prática só pretende desresponsabilizar o Governo daquilo que é a sua responsabilidade, que é saber quem nomeia para funções governativas", afirmou o liberal em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.

João Cotrim Figueiredo criticou que, "passado uma semana [desde que foi anunciado pelo primeiro-ministro que iria passar a existir um mecanismo] a montanha pariu um rato" e acusou o primeiro-ministro de se ter lembrado "disto de repente a meio do debate".

O líder da IL considerou que "é mais um dia triste" e que a solução encontrada pelo Governo se trata de "uma encenação e de uma autêntica jogada de comunicação que na prática resultou em nada".

"Mas alguém se lembra de repente que a solução para um problema que é diário no Governo, de incompatibilidades, de problemas de foro judicial, alguém se lembra que é um questionário de 34 perguntas que é a solução? Ninguém acredita nisto, somos todos adultos, pelo amor de deus", argumentou.

Apontando que o primeiro-ministro "propôs [uma solução], não foi aceite, voltou para trás, voltou a fazer uma segunda proposta", criticou: "a segunda proposta é um questionário?".

"Eu não vi quais são as 34 perguntas e os cinco grupos em que se agrupam, mas vão-me dizer que alguma daquelas perguntas não pode ser feita de viva voz, não pode ser apurada no normal processo de escrutínio? O que se pretende com isto? Corresponsabilizar o senhor Presidente da República? Que faz nisto um triste papel, diga-se de passagem, porque acaba por ser parte de uma solução, apadrinhou-a", afirmou.

E disse não entender "porque é que o senhor Presidente da República se presta a esse papel".

O líder da IL apontou também que nos últimos dias ainda foram conhecidos "mais um, dois, três casos do foro da ética e do comportamento ético de membros do Governo ou pessoas ligadas ao Governo".

"Em vez de estar a tratar de assuntos que efetivamente façam diferença à vida das pessoas, estamos a discutir casos atrás de casos, atrás de casos porque não há ninguém no Governo, a começar no primeiro-ministro, que consiga pôr ordem na casa e, pelo menos, saber a que tipo de pessoas atribui e entrega responsabilidades governativas", lamentou.

Cotrim Figueiredo reiterou a posição que o partido expressou na quinta-feira e defendeu que "já não é só uma questão de discordar das políticas do PS".

"É não acreditarmos que este Governo tenha sequer coesão suficiente, força suficiente para dar volta às próprias políticas que gostaria de aplicar, e, portanto, é altura de os portugueses perceberem que com este Governo, neste estado de desagregação, não podemos continuar", salientou.

A resolução foi anunciada por Mariana Vieira da Silva no final da reunião do Conselho de Ministros, adiantando que este questionário deve ser preenchido "pelas personalidades convidadas pelo primeiro-ministro", tendo em vista a sua indigitação para o Governo.

Este diploma, segundo a ministra da Presidência, contém um questionário com 34 perguntas - documento que pretende ser "uma ferramenta de avaliação política no âmbito do processo de designação e que inclui uma declaração de compromisso de honra".
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