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Cotrim: “Medina nunca sabe de nada, daria um óptimo sucessor de António Costa”
“Não sabia dos dados dos dissidentes ucranianos enviados à embaixada russa, não sabia das indemnizações pagas na TAP. E agora não sabe como é que um ex-autarca do PS de Castelo Branco era o único capaz de fiscalizar adjudicações em Lisboa", acusou o líder cessante da Iniciativa Liberal.
O presidente cessante da Iniciativa Liberal (IL) ironizou hoje que Fernando Medina seria um "ótimo sucessor" de António Costa à frente do PS, acusando o ministro de "nunca saber de nada".
"Nunca sabe nada, está sempre distraído. Não sabia dos dados dos dissidentes ucranianos enviados à embaixada russa, não sabia das indemnizações pagas na TAP. E agora não sabe como é que um ex-autarca do PS de Castelo Branco era o único capaz de fiscalizar adjudicações em Lisboa", acusou João Cotrim Figueiredo, no discurso de abertura da VII Convenção da IL.
"Pelo menos nesse aspeto, daria um ótimo sucessor de António Costa que também é especialista a sacudir a água do capote", ironizou.
Cotrim Figueiredo afirmou que a IL "fez a diferença no dossiê da nacionalização da TAP", defendendo que foi desde o início o partido com uma posição clara na matéria, pela privatização da companhia aérea.
"O Governo já reconhece que o dinheiro não vai ser recuperado. O ministro Pedro Nuno Santos que nos meteu nesta alhada já saiu com o rabo entre as pernas (não sei se a tremer, como as pernas dos banqueiros alemães). António Costa com mais uma pirueta agora já admite privatizar a TAP a 100%. E a direção executiva da TAP" anda em roda livre, a contratar amigos e a despedir administradores com chorudas indemnizações", criticou.
O líder defendeu que a IL "foi o único partido que colocou sistematicamente no topo da agenda o tema do crescimento económico" e salientou o seu papel em 'dossiês' legislativos como a morte medicamente assistida, no qual a IL contribuiu com um projeto de lei -- diploma que foi enviado pelo Presidente da República para o Tribunal Constitucional este mês.
"Nesta matéria, sem a IL não teria havido a garantia do acesso a cuidados paliativos antes de iniciado o processo, nem teria havido a salvaguarda da liberdade de escolha dos profissionais de saúde envolvidos. A Iniciativa Liberal fez a diferença", vincou.
Segundo Cotrim de Figueiredo, o partido disse 'presente' na elaboração deste projeto "na defesa de um direito individual que o Estado não tem o direito de limitar".
Quanto à revisão constitucional, Cotrim de Figueiredo defendeu que o partido tem que ficar alerta para "continuar a fazer a diferença durante o processo de revisão constitucional que agora se iniciou em má hora por iniciativa do Chega, e no qual o PS e PSD resolveram embarcar pelo único motivo de que querem dar cobertura constitucional aos confinamentos compulsivos de pessoas infetadas e utilização abusiva de metadados para efeitos de investigação criminal".
"Os partidos do sistema a entenderem-se para limitar as nossas liberdades fundamentais sem envolverem o parlamento e, nalguns casos, sem sequer envolverem os tribunais. Isto é inaceitável e a Iniciativa Liberal também aqui vai fazer a diferença", vincou.
João Cotrim Figueiredo anunciou em outubro do ano passado, a meio do mandato, que não se iria recandidatar às eleições antecipadas, provocando surpresa nas hostes liberais, tendo depois anunciado o apoio quase imediato a um dos três candidatos à liderança, Rui Rocha.