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Governo defende que estabilização da emigração portuguesa indiciará começo da inversão

110 mil portugueses emigraram em 2014, a grande maioria para o Reino Unido. Relatório do governo diz que Portugal é "de novo, país de emigração", mas que o fenómeno está a estabilizar.

19º - Reino Unido (16º em 2014)
Bloomberg
28 de Outubro de 2015 às 17:07
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A estabilização dos números da emigração portuguesa nos últimos dois anos poderá significar que, apesar de ainda muito significativa, se está a assistir ao começo da inversão do fenómeno, disse esta quarta-feira, 28 de Outubro, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Em declarações à agência Lusa, José Cesário comentava os dados do Relatório da Emigração, elaborado pelo Governo, que indica que cerca de 110 mil portugueses emigraram em 2014, número praticamente igual ao de 2013.


O documento, da autoria do gabinete do próprio José Cesário, salienta que os valores de 2013 e 2014 são "da mesma ordem" que os observados nos anos de 1960 e 1970, pelo que Portugal é, refere-se no relatório, "de novo, um país de emigração". No essencial, a emigração portuguesa realiza-se no interior da Europa: dos 21 países para onde mais portugueses se dirigem, 14 são europeus.

A lista foi liderada, no ano passado, pelo Reino Unido, que recebeu 31 mil emigrantes. Fora da Europa, os cidadãos nacionais escolheram sobretudo países lusófonos, principalmente Angola (5 mil portugueses no ano passado, colocando este país em sexto lugar entre os principais destinos). No total, estima-se que haja cerca de 2,3 milhões de portugueses emigrados, mantendo-se em França o maior número (mais de 592 mil em 2011).

 

"Estamos ainda confrontados com uma dimensão muito significativa do fenómeno migratório de cidadãos nacionais. Mas, por outro lado, registamos que houve uma estagnação no número das saídas, o que significa que poderemos estar já a assistir ao começo da inversão deste fenómeno", salientou o governante português.

Como justificação, José Cesário apontou o facto de a economia portuguesa "começar agora a criar empregos", levando a que menos pessoas sintam necessidade de recorrer à emigração. "Se houver mais emprego, haverá menos pessoas a procurarem emigrar", acrescentou, destacando, por outro lado, que o número dos chamados "emigrantes definitivos" - os que estão fora por um período superior a um ano, sobretudo quadros -, está, "nalguns casos, bastante abaixo" do de outros países europeus. "No entanto, com a entrada das empresas portuguesas no mercado global, sobretudo as PME que estavam viradas para o mercado interno, é bem possível que venha a haver mais oportunidades para quadros, para pessoas mais qualificadas, que têm por opção trabalhar nas empresas mais viradas para a exportação", sublinhou.

"Se as empresas portuguesas se internacionalizarem, vamos ter cada vez mais portugueses a circularem no mundo, fenómeno a que não estamos habituados e que é cada vez mais evidente", acrescentou José Cesário, admitindo que, mesmo assim, no relatório sobre 2015, os números da emigração serão menores dos que dos últimos dois anos.

Segundo o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, o "destino lusófono" está ainda "muito longe" de ser o preferencial dos emigrantes portugueses, salientando a excepção de Angola que, em 2014, atribuiu cerca de 5.000 vistos de trabalho a cidadãos portugueses.

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