Notícia
Essencial Portugal conter despesas e salários na função pública
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu hoje em baixa as previsões de crescimento da economia portuguesa, sendo que o país, para voltar a registar taxas de crescimento sustentadas, tem que modernizar a economia, reforçar o
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu hoje em baixa as previsões de crescimento da economia portuguesa, sendo que o país, para voltar a registar taxas de crescimento sustentadas, tem que modernizar a economia, reforçar o capital humano, promover a concorrência. Para combater o défice de 5% previsto para este ano, o Governo terá de conter os salários na função pública e reduzir as despesas públicas primárias.
No Economic Outlook hoje divulgado, a OCDE afirma que a economia portuguesa, depois do fraco crescimento de 0,3% no ano passado, deverá estabilizar nos 1,5% em 2003, o que representará o terceiro crescimento mais baixo entre os países da OCDE.
No capítulo sobre Portugal, a OCDE adianta que o nível elevado do desemprego (taxa de 7,9% este ano e 7,7% em 2007) deverá resultar numa moderação na progressão dos salários, que «contribuirão para melhorar a competitividade de Portugal».
A OCDE estima que este ano Portugal termine com um défice de 5%, bem acima dos 4,6% perspectivados pelo Executivo de José Sócrates e em linha com as projecções de Bruxelas. Para 2007 a OCDE antecipa uma descida do défice para 4,5%, um valor que a confirmar-se ficará também bem acima das projecções do Governo, que antecipa um valor de 3,7%.
Estas previsões da OCDE pressupõe a manutenção das políticas actuais inalteradas, sendo que o ministro das Finanças Teixeira dos Santos tem assegurado que não vão ser tomadas medidas extraordinárias.
A OCDE diz por isso que «é crucial perseguir os esforços» actualmente em curso na consolidação orçamental. A OCDE antecipa uma redução de 1,3 pontos percentuais do PIB em 2006 e 0,3 em 2007.
«Para além do aumento de impostos e das medidas actuais destinadas a conter o aumento da massa salarial no sector público no curto prazo, as autoridades devem continuar com determinação a tomar medidas para melhor gerir as despesas primárias», refere a OCDE, afirmando que «é igualmente essencial» medidas para «reforçar o capital humano», modernizar a economia através da promoção da concorrência, a fim de Portugal retomar um crescimento económico sustentado».