O poder económico, num consenso invulgar, há duas semanas manifestou-se contra as eleições antecipadas. Era uma condição necessária à estabilidade. Agora Pedro Santana Lopes deu-lhes a suficiente: a equipa de ministros para a Economia e Finanças merece também aplauso unânime. Empresários, gestores e banqueiros sentem-se tão entusiasmados que já nem exigem garantias de continuidade. Com Bagão Félix e Álvaro Barreto, a maioria espera mais e melhor.

"Agradável surpresa" é a expressão mais comum às reacções obtidas pelo Jornal de Negócios de um conjunto de líderes de topo do mundo empresarial. O que significa que, as expectativas iniciais não era assim tão elevadas: "os receios estão ultrapassados, porque a credibilidade das pessoas que formam a equipa económica deste Governo está muito acima daquilo que muita gente esperava", reconhece Diogo Vaz Guedes.

Outro sentimento comum é que os dois ministros principais da área económica, Álvaro Barreto e António Bagão Félix, não vão limitar-se ao papel de substitutos dos ministros que partem: "a minha expectativa é que esta equipa traga uma visão mais estratégica da economia", afirma José Maria Ricciardi, presidente do BES Investimento.

Finalmente, além da qualidade das pessoas e da mudança de atitude na condução da política económica, gestores, empresários e banqueiros aprovam as mudanças orgânicas operadas, pelo menos nesta área: "Este primeiro-ministro vai dar muita importância à economia", assegura João Pereira Coutinho, pois acha que "não é por acaso que deu à Economia o estatuto de Ministério de Estado e não o deu às Finanças".

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