O novo embaixador português, Francisco Seixas da Costa quer promover uma intensificação do recenseamento eleitoral e apela a uma reforma das instituições da comunidade portuguesa no Brasil, declarou numa visita ao Rio de Janeiro que aproveitou para ter reuniões com representantes do Grupo Espírito Santo, Millennium bcp, Pestana e Águas de Portugal.

Em nota enviada à imprensa, a embaixada de Portugal no Brasil descreve que Seixas da Costa, no Rio de Janeiro, durante uma homenagem que lhe foi prestada no Real Gabinete Português de Leitura, disse «ser imperativo que as instituições associativas da colónia portuguesa levem a cabo uma reflexão muito profunda sobre o seu próprio futuro» sob pena de «risco de decadência».

Seixas da Costa acredita que uma «maior profissionalização em termos de gestão, modelos criativos de cooperação funcional entre as diversas associações, com vista a diminuir custos de estrutura e garantir economias de escala» possam inverter essa tendência.

Para o novo embaixador que, entrou em funções a 14 de Janeiro, «o considerável prestígio que o associativismo português criou no Brasil, com instituições que hoje continuam a ser marcos referenciais em diversos sectores – nomeadamente nas áreas assistenciais, de saúde e de educação –, constituem um imperativo para esse esforço de reorganização, essencial para garantir a sua sustentabilidade futura».

O diplomata aproveitou a visita ao Rio de Janeiro para ter encontros com responsáveis de alguns grupos empresariais portugueses, como o Pestana, GES, Millenniumbcp e Águas de Portugal, à semelhança do que fez na sua recente incursão a São Paulo.

Outro tema abordado foi o de aumentar a presença na vida política portuguesa dos emigrantes no Brasil.

O embaixador ficou «profundamente desiludido» pela participação da comunidade portuguesa nas recentes eleições para a Assembleia da República, tendo por isso anunciado acções de sensibilização e de esclarecimento para aumentar o número de recenseamento eleitoral da comunidade portuguesa instalada em território brasileiro.

 As próximas eleições presidenciais portuguesas de 2006 são, a seu ver, «um momento importante para os cidadãos portugueses residentes no Brasil exercerem aqueles seus direito e dever cívicos».

*Correspondente em São Paulo