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Em Angola todos os caminhos vão dar a Eduardo dos Santos

Manuel Vicente é vice-presidente da Fundação Eduardo dos Santos e presidente da Sonangol. José Leitão foi chefe da Casa Civil da Presidência da República e tem a "holding" GEMA que é sócia da Central de Cervejas e da Escom na fábrica de cimentos Palanca. Já Isabel dos Santos é filha de Eduardo dos Santos e possui interesses empresariais que vão dos diamantes à banca, passando pelas telecomunicações.

19 de Dezembro de 2008 às 00:01
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Manuel Vicente é vice-presidente da Fundação Eduardo dos Santos e presidente da Sonangol. José Leitão foi chefe da Casa Civil da Presidência da República e tem a 'holding' GEMA que é sócia da Central de Cervejas e da Escom na fábrica de cimentos Palanca. Já Isabel dos Santos é filha de Eduardo dos Santos e possui interesses empresariais que vão dos diamantes à banca, passando pelas telecomunicações.

E a lista continua. João de Matos foi chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Angolanas e tem a empresa Genius, com interesses referenciados nas minas, electricidade e Bellas Shopping Center. José Pedro Morais (ex-ministro das Finanças), Kundi Paihama (ministro da Defesa) e Pedro Neto (Estado-maior da Força Aérea) partilham a Finangest, 'holding' com interesses nos transportes, construção e segurança.

Mais ainda. Higino Carneiro (ministro das Obras Públicas) é tido como accionista da Sagripek, com actividade da agricultura e agro-indústria. Desidério Costa, ex-ministro dos Petróleos é sócio da Somoil, a primeira empresa privada a entrar na exploração de petróleo. E Noé Baltazar, ex-presidente da Endiama, tem interesses nos diamantes, alguns dos quais em associação a Isabel dos Santos.

O que liga todas estas figuras? A resposta é óbvia - as ligações ao poder. Todos os grupos foram construídos numa lógica de maior ou menor proximidade a José Eduardo dos Santos, que ocupa a presidência do país desde 1979. Num quadro de guerra civil e de manutenção do MPLA no poder, política e negócios misturaram-se fatalmente. Mas entre as inúmeras ligações referidos de actuais ministros e ex-governantes que aproveitaram os cargos políticos para criarem grupos privados, são nulas as ligações directas a José Eduardo dos Santos. Do Presidente da República sabe-se apenas que confia uma boa parte da gestão do património da família a Isabel dos Santos.

A par desta relação filial, o líder angolano tem outras figuras que fazem parte do seu círculo de confiança. Uma delas é Manuel Vicente, o presidente da poderosa Sonangol e tido como um eventual sucessor de Eduardo dos Santos. Outro é Noé Baltazar, ex-Endiama. E a estes juntam-se históricos do MPLA como Kundi Pahiama e Higino Carneiro.

A partir do Palácido da Cidade Alta, o Presidente da República comporta-se sobretudo como um gestor de sensibilidades, atento a todos os movimentos. E ao que se diz tem sido um dos defensores da aproximação de Angola a Portugal, contrariando parte da nomenclatura do país. E por isso, esta entrada de Isabel dos Santos no BPI é também um sinal político para o interior de Angola.

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