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Economista angolano está céptico sobre a distribuição de riqueza no país

Alves da Rocha, director da Universidade Católica de Luanda, diz que o menor crescimento económico do país vai condicionar a distribuição de rendimentos

23 de Agosto de 2012 às 12:42
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O economista angolano Alves da Rocha disse à Lusa que está céptico de uma melhor distribuição da riqueza em Angola, atendendo às previsões de crescimento económico de 5% do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o quinquénio 2012-2017.

Em declarações à Agência Lusa, na quarta-feira, dia 22, Alves da Rocha referiu que, "para que possa haver distribuição de rendimento, de benefícios, tem que haver crescimento", salientando que o Centro de Estudos de Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, de que é director, publicou recentemente um estudo que faz esta reflexão.

A economia angolana, desde o final da guerra em 2002, registou um crescimento económico na ordem dos dois dígitos, com a excepção do período da crise económica e financeira mundial, mas as projecções para os próximos anos apontam uma descida para um dígito.

“Se até 2017, a economia vai crescer muito menos do que aquilo que cresceu entre 2002 e 2008 (15%) – mas muito menos –, portanto a questão da distribuição de rendimentos vai-se colocar com muita acuidade", esclareceu Alves da Rocha. "Se nessa altura, em que de facto a intensidade de crescimento era notável, não se conseguiu distribuir como é que com uma taxa de crescimento muito mais baixa vai conseguir-se distribuir, vai conseguir-se melhorar as condições de vida da população?", questionou o economista.

Alves da Rocha sustentou que o Governo angolano é conhecedor das projecções do FMI, que para a sua divulgação conta com a concordância dos governos. Para Alves da Rocha, o tema diversificação da economia e o combate à corrupção, por continuarem actuais, devem ser as principais apostas do Governo do partido vencedor deste processo eleitoral.

"E eu creio que todos os partidos incluíram no seu programa a questão da diversificação e não há dúvida que vai ter que acontecer em Angola, existam ou não políticas para isso", disse. As eleições gerais de Angola realizam-se no dia 31 deste mês e na votação concorrem nove formações políticas. A votação vai escolher o próximo parlamento e os nomes do Presidente e do vice-presidente da República, nomeados a partir do número e número dois dos partidos mais votados.
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