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Durão Barroso não leu o manifesto sobre a reestruturação da dívida
70 personalidades pediram, num manifesto, a reestruturação da dívida acima dos 60% do PIB português. O presidente da Comissão diz que ainda não leu o manifesto.
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Durão Barroso foi esta manhã questionado por jornalistas portugueses, em Estrasburgo, sobre o manifesto de 70 personalidades portuguesas, que exige uma reestruturação de parte da dívida, um alongamento dos prazos e a redução da taxa média de juro. O presidente da Comissão Europeia rejeitou falar, alegando não ter lido o documento. “Não li ainda”, respondeu o ex-primeiro-ministro português.
O manifesto é assinado por dezenas de personalidades, de diversos quadrantes políticos, incluindo Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, mais à direita, e Francisco Louçã ou Carvalho da Silva, mais à esquerda.
“Deixemo-nos de inconsequentes optimismos: sem a reestruturação da dívida pública não será possível libertar e canalizar recursos minimamente suficientes a favor do crescimento”, lê-se no documento.
O manifesto foi muito criticado pelo Governo. Passos Coelho diz que subscrevê-lo passa uma “mensagem errada”, enquanto que o ministro Poiares Maduro defende que “qualquer opção de reestruturação da dívida seria extremamente prejudicial para o País”. A ideia foi bem acolhida nos partidos mais à esquerda.
Pinto Balsemão, fundador do PSD, acabou, por seu turno, por defender que haja um alongamento de prazos e uma redução de juros.
* - Jornalista em Estrasburgo, a convite do Parlamento Europeu