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Cavaco Silva pede "solução governativa sólida" e lembra negociações demoradas de coligações

O Presidente da República reiterou que já transmitiu "as regras" para "uma solução governativa sólida, estável e coerente" em 2015, argumentando que o país deve habituar-se ao compromisso e às negociações demoradas que as coligações implicam.

Pedro Elias
07 de Janeiro de 2015 às 21:32
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"Depois de três anos em que se exigiram sacrifícios pesados aos portugueses, na sequência da execução do programa de assistência económica e financeira, que foi negociado numa situação de emergência, em maio de 2011, Portugal não pode prescindir, após o próximo ato eleitoral, de uma solução governativa sólida, estável e coerente", declarou Cavaco Silva.

 

O Chefe de Estado, que falava esta quarta-feira perante os embaixadores portugueses, no Palácio de Belém, sublinhou que "em 25 dos 28 países da União Europeia existem governos de coligação, quase todos dispondo de apoio maioritário nos respectivos parlamentos".

 

"As negociações para a constituição dessas coligações foram às vezes muito demoradas. Dez coligações em países da Europa levaram mais de 30 dias a ser negociadas", disse, argumentando que Portugal tem que se "habituar não apenas à cultura do compromisso, mas também, eventualmente, a negociações entre partidos, demoradas, para encontrar entendimentos".

 

"A responsabilidade pela construção de soluções governativas sólidas, estáveis e coerentes cabe exclusivamente às forças partidárias. O Presidente da República, no quadro das suas competências, já fez questão de anunciar publicamente e transmitir às forças partidárias a regras que tem que ser respeitadas por forma a garantir a estabilidade política e governativa", declarou.

 

Segundo Cavaco Silva, essa estabilidade "é essencial para que Portugal inicie uma trajectória sustentável de aproximação aos níveis de desenvolvimento médio da União Europeia, indispensável para combater o desemprego e combater a pobreza".

 

O Chefe de Estado reiterou que, "no ano que terminou, aumentou significativamente o número de organizações, entidades, personalidades que apelaram às forças políticas a entendimentos, pelo compromisso, considerando que isso é essencial para que o nosso país possa vencer os desafios que tem à sua frente". "É como que uma consciência cívica que se generaliza. Como é óbvio, existem resistências, mas penso que as forças políticas já começam a sentir a pressão que vem do lado da sociedade", disse.

 

Segundo o Presidente, a "mudança de atitude de alguns dirigentes políticos portugueses no sentido do diálogo e do compromisso exigem um esforço de anos" e que para tal é precisa "persistência".

 

Na cerimónia de apresentação de cumprimentos, o Chefe de Estado felicitou os embaixadores portugueses pelos sucessos alcançados pela diplomacia nacional, nomeando a eleição de Portugal para o Conselho de Direitos Humanos e o Conselho Económico e Social das Nações Unidas, a eleição do cante alentejano a Património Imaterial da Humanidade pela Unesco (organização para a Educação, Ciência e Cultura) e o acordo relativamente aos fundos comunitários.

 

O Presidente reconheceu que existe "falta de meios", mas disse ter "a esperança" de que 2015 seja melhor. 

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