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BCE: Compra de dívida italiana "condicionada" pela execução de reformas

A continuação da compra de dívida soberana de Itália pelo Banco Central Europeu (BCE) está "condicionada" à execução das reformas por Silvio Berlusconi, disse hoje Yves Mersch, membro do Conselho de Governadores do BCE.

06 de Novembro de 2011 às 13:45
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"Se o Conselho [de Governadores] do BCE concluir que as condições que o levaram a tomar uma decisão já não existem, é livre para mudar de ideias a qualquer momento", disse Mersch em entrevista ao jornal La Stampa, publicada hoje. "O nosso dever não é corrigir os erros na política", acrescentou o também governador do Banco Central do Luxemburgo, que integra o BCE desde a sua fundação, em 1998.

O governo de centro-direita de Silvio Berlusconi aprovou dois planos de austeridade (em Julho e Setembro) no valor de 60 mil milhões de euros em três anos com o objectivo de equilibrar as contas do Estado italiano até 2013.

No entanto, o país continua na mira dos mercados que duvidam da capacidade do primeiro-ministro de executar esses compromissos e uma série de reformas económicas prometidas à União Europeia na cimeira de final de Outubro.

Para o líder luxemburguês, a compra de títulos de um país pelo BCE deve ser "limitada em quantidade e no tempo” e tem o “único objectivo” de assegurar a “transmissão integral da política monetária”.

Por esse motivo, afirmou, se o BCE constatar que as intervenções no mercado secundário de dívida “são prejudicadas pela falta de esforços dos Governos nacionais” estas devem ser repensadas.

O BCE decidiu no início de Agosto retomar o seu programa de compra de títulos soberanos de países da Zona Euro (adoptada na primavera de 2010 para prestar assistência à Grécia) devido ao agravamento da crise da dívida soberana e o seu contágio a Itália e Espanha.

Estas aquisições ajudaram a acalmar as tensões durante algum tempo, fazendo descer de níveis recordes as taxas de juro cobradas pelos investidores para transaccionarem títulos de Itália ou Espanha.

Ainda assim, a 28 de Outubro, as taxas de juro dos títulos de Itália a 10 anos passaram o limiar simbólico dos seis por cento e na sexta-feira (em plena cimeira do G20) atingiram 6,4%, um nível considerado insuportável para a Itália, que tem de fazer frente a uma dívida de 1.900 milhões de euros (correspondente a 120% do Produto Interno Bruto).

Precisamente na sexta-feira, o Executivo de Roma pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para monitorizar as contas do país, ainda que tenha rejeitado o apoio financeiro providenciado pela instituição.

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