Notícia
Banca com "debilidades críticas" e dívida pública ameaçam médio prazo, diz FMI
No curto prazo, o cenário para a economia nacional melhorou de forma notável, mas no médio prazo os riscos são elevados, avisa Washington.
O país pode estar melhor no curto prazo, crescer mais e ter menos défice, mas os riscos para o médio prazo continuam elevados na óptica do FMI, que não antecipa um crescimento da economia muito acima de 1% ao ano para lá de 2020. Esta é a tradução do fardo imposto pelo elevado endividamento, por um sistema bancário com muito malparado e pouca rendibilidade, e por baixas perspectivas de aumentos de produtividade e investimento.
"Embora as perspectivas de curto prazo tenham melhorado, a elevada dívida pública e privada e as elevadas necessidades de financiamento anuais deixam-no vulnerável a choques no médio prazo. Estes choques são ampliados pelo baixo potencial de crescimento de Portugal", lê-se no relatório que sintetiza a análise anual do Fundo a Portugal, e no qual se prevê uma redução do crescimento do PIB, de 2,5% este ano para 1,2% em 2021, com os riscos inerentes a este cenário a penderem para o lado negativo.
Face às fragilidades do país, Portugal precisa de políticas mais ambiciosas nas frentes orçamental, bancária, e de reformas estruturais, defende o FMI. "Aumentar o potencial de crescimento de Portugal permanece um elemento central para reduzir as vulnerabilidades significativas que ensombram as perspectivas de médio prazo de crescimento", lê-se no relatório que deixa várias prescrições de políticas.
No sector bancário, persistem "debilidades críticas" que exigem que "os passos dados para aumentar o capital do sistema bancário sejam seguidos de esforços ambiciosos para limpar os balanços dos bancos", escrevem os técnicos de Washington, que consideram que "o desafio de médio prazo em termos de política continua a ser o de quebrar o círculo vicioso entre bancos fracos, malparado elevado e baixo investimento que continua a constranger o crescimento de longo prazo".
Mas além dos esforços para melhorar a intermediação financeira, a recuperação do investimento e do crescimento vai exigir a redução dos riscos orçamentais e políticas que ataquem a persistente rigidez estrutural da economia nacional, em particular no mercado de trabalho, de forma a aumentar a produtividade da economia.
Na frente orçamental, Washington defende uma estratégia assente na contenção das despesas com pessoal, com maior mobilidade na sua gestão; na melhoria da eficiência dos gastos sociais, em particular para maior protecção dos mais jovens, que foram e são os mais sacrificados com a crise; e em poupanças adicionais no sistema de pensões.
Na frente estrutural, o relatório volta a defender mais flexibilidade no mercado de trabalho com uma redução da dualidade entre contratos permanentes e temporários, ganhos de eficiência do sector judicial, e mais disciplina de pagamentos pelo sector público ao sector privado.
"Embora as perspectivas de curto prazo tenham melhorado, a elevada dívida pública e privada e as elevadas necessidades de financiamento anuais deixam-no vulnerável a choques no médio prazo. Estes choques são ampliados pelo baixo potencial de crescimento de Portugal", lê-se no relatório que sintetiza a análise anual do Fundo a Portugal, e no qual se prevê uma redução do crescimento do PIB, de 2,5% este ano para 1,2% em 2021, com os riscos inerentes a este cenário a penderem para o lado negativo.
No sector bancário, persistem "debilidades críticas" que exigem que "os passos dados para aumentar o capital do sistema bancário sejam seguidos de esforços ambiciosos para limpar os balanços dos bancos", escrevem os técnicos de Washington, que consideram que "o desafio de médio prazo em termos de política continua a ser o de quebrar o círculo vicioso entre bancos fracos, malparado elevado e baixo investimento que continua a constranger o crescimento de longo prazo".
Mas além dos esforços para melhorar a intermediação financeira, a recuperação do investimento e do crescimento vai exigir a redução dos riscos orçamentais e políticas que ataquem a persistente rigidez estrutural da economia nacional, em particular no mercado de trabalho, de forma a aumentar a produtividade da economia.
Na frente orçamental, Washington defende uma estratégia assente na contenção das despesas com pessoal, com maior mobilidade na sua gestão; na melhoria da eficiência dos gastos sociais, em particular para maior protecção dos mais jovens, que foram e são os mais sacrificados com a crise; e em poupanças adicionais no sistema de pensões.
Na frente estrutural, o relatório volta a defender mais flexibilidade no mercado de trabalho com uma redução da dualidade entre contratos permanentes e temporários, ganhos de eficiência do sector judicial, e mais disciplina de pagamentos pelo sector público ao sector privado.