Notícia
FMI: “Capital da banca parece fraco” para enfrentar malparado e novas exigências
O FMI chama a atenção para a possibilidade de os bancos portugueses não terem capital suficiente para lidarem com o problema do malparado e as novas exigências regulatórias. Fundo pede mais fechos de balcões e aumento de comissões.
"O capital total do sistema bancário ainda parece fraco tendo em conta o peso da herança do malparado e das exigências regulatórias que se aproximam, o que mostra a necessidade de haver geração interna de capital para que se mantenham as folgas de solidez adequadas". É desta forma que o Fundo Monetário Internacional (FMI) resume os principais desafios que se colocam à banca portuguesa, na avaliação ao abrigo do Artigo IV, disponibilizada esta sexta-feira, 15 de Setembro.
Para o FMI, a necessidade de os bancos gerarem capital pelos seus próprios meios, o que implica obter lucros de forma sustentada, exige que "façam mais cortes de custos e tenham maiores proveitos". Daí que o relatório defenda a necessidade de as instituições avançaram "com mais reduções das redes domésticas e no exterior, venda de activos e negócios não estratégicos e cortes nas despesas gerais". E também com a "diversificação de receitas através das comissões geradas por produtos e serviços financeiros". Ou seja, o Fundo sugere mais encerramentos de balcões e o aumento das comissões bancárias, através de prestação de mais serviços aos clientes.
No que diz respeito à redução do malparado, o FMI apela à necessidade de Portugal "implementar" as medidas legais e fiscais adoptadas para acelerar a recuperação de créditos e de os bancos venderem estes activos. Por isso, recomenda que a criação da plataforma de gestão do malparado seja "encorajada". Isto sem deixar cair a sugestão de que continue a "ser explorada" a alternativa de promover uma solução de mercado abrangente.
Mais "urgente", na opinião do Fundo, é dar resposta à entrada em vigor das novas regras contabilísticas (IFRS 9), que vai exigir que os bancos passem a registar provisões para perdas esperadas e não para perdas registadas. Além disso, a aproximação da entrada em vigor em pleno das exigências de solidez de Basileia III também requere atenção das instituições.