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Governo diz que está a superar problemas não resolvidos aquando da presença do FMI

No comunicado em que reage aos resultados da avaliação anual de Washington, o Ministério liderado por Mário Centeno diz que o FMI vem reconhecer que os progressos de Portugal estão alicerçados na resolução de problemas não tratados quando a troika estava em Portugal.

Miguel Baltazar
15 de Setembro de 2017 às 10:37
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No dia em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou o resultado da avaliação anual da economia portuguesa, o Ministério das Finanças sublinha que tem estado a ultrapassar problemas "não resolvidos" durante o Programa de Assistência Económica e Financeira em que o próprio FMI (tal como a União Europeia e o Banco Central Europeu) participou. E que é o Fundo liderado por Christine Lagarde a reconhecer agora esses progressos.

"O FMI vem agora reconhecer que o aumento da estabilidade e da confiança no sector financeiro e a melhoria dos níveis de confiança na economia, conseguidos ao longo do último ano, são cruciais para o actual crescimento económico", refere um comunicado enviado às redacções esta sexta-feira, 15 de Setembro, pelo ministério liderado por Mário Centeno.

No documento, o Governo sustenta assim que foram as políticas implementadas para superar "deficiências estruturais não resolvidas" no tempo da troika (sector financeiro e desequilíbrios sociais gerados) que agora suportam uma visão mais positiva da instituição sediada em Washington.

O relatório da avaliação ao abrigo do artigo IV já salientava diferenças de opinião entre Lisboa e Washington quanto ao programa de ajustamento: os economistas do FMI associam a recessão e a recuperação à evolução dos custos do trabalho em Portugal, enquanto o Governo contesta a teoria.

O Ministério das Finanças defende por outro lado no comunicado que tem sido possível fazer um esforço "credível e equilibrado de consolidação orçamental" ao mesmo tempo que se promove um "alívio efectivo da carga fiscal", estratégia que "tem-se traduzido numa redução do défice e da dívida pública," argumenta.

E assegura ainda que vai manter uma "estratégia orçamental rigorosa" e continuar a promover a competitividade, além de defender a importância da concretização do Programa Nacional de Reformas. 

No relatório conhecido esta sexta-feira, o FMI reviu em alta a previsão de crescimento e excedente externo para a economia portuguesa e em baixa as estimativas de défice, dívida pública e desemprego, tendo no entanto sustentado que as "debilidades críticas" da banca e a dívida pública ameaçam a evolução da economia portuguesa no médio prazo.
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