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Analistas prevêem aceleração economia portuguesa mas abaixo da previsão do Governo

Os analistas dos principais bancos a operar em Portugal prevêem que o ritmo de crescimento da economia portuguesa acelere ligeiramente no próximo ano, mas para valores inferiores aos até agora previstos pelo Governo.

10 de Outubro de 2007 às 16:29
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Os analistas dos principais bancos a operar em Portugal prevêem que o ritmo de crescimento da economia portuguesa acelere ligeiramente no próximo ano, mas para valores inferiores aos até agora previstos pelo Governo.

O BPI antecipa um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,0 por cento no próximo ano, enquanto o BES prevê, mesmo, a manutenção do ritmo de expansão em 1,8 por cento, idêntico ao comportamento esperado para 2007.

O Santander de Negócios Portugal está a rever o seu cenário macro e ainda não dispõe de dados finais, mas o seu economista-chefe, Rui Constantino, disse à agência Lusa que a última previsão apontava para um crescimento económico de 2,4 por cento, valor que "provavelmente será revisto em baixa ligeira".

Estas previsões são mais baixas do que a expectativa de um crescimento de 2,4 por cento que consta do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) de Dezembro de 2006, mas o Governo pode decidir alterá-la aquando da apresentação do Orçamento do Estado, a 12 de Outubro.

No entanto, em Setembro, o ministro das Finanças disse, em entrevista à RTP, que mantinha a previsão de crescimento de 2,4 por cento para 2008, já que as economias europeias continuam robustas, apesar da crise financeira.

Na sexta-feira, data para a qual está agendada a divulgação do Orçamento do Estado para 2008, será possível confirmar se o governo manteve essa previsão, numa altura em que a incerteza nos mercados se mantém elevada e em que se desconhecem ainda os impactos nas economias reais da turbulência associada ao crédito hipotecário de alto risco dos EUA.

"2,4 por cento é um bocadinho optimista", disse à Lusa Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI, recusando-se, contudo, a dizer se espera uma revisão do cenário macro por parte do governo.

O Executivo, em Dezembro de 2006 quando avançou com a previsão de crescimento de 2,4 por cento, já estava acima das previsões mais optimistas, já que a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) antecipam um crescimento de 2,0 por cento, o Fundo Monetário Internacional de 2,1 por cento e o Banco de Portugal de 2,2 por cento, lembrou Cristina Casalinho. Para os economistas do BPI e Santander, os riscos mais significativos para o crescimento no próximo ano prendem-se com o andamento das exportações e do investimento.

Com um abrandamento maior do que o esperado na Europa e em Espanha, as vendas de Portugal ao exterior podem ficar aquém do previsto e a economia portuguesa pode crescer menos.

Do lado do investimento, que agora se espere recupere, há um perigo elevado: com o aumento da incerteza, os investidores podem decidir adiar investimentos ou reduzir os montantes investidos, limitando o crescimento económico, argumentou Cristina Casalinho.

A generalidade dos economistas não antecipa que o valor do euro contra o dólar e que o preço do petróleo possam vir a ser grandes factores limitadores do crescimento do PIB português em 2008, sendo de esperar que o euro se mantenha elevado e que continue a compensar em grande parte da alta do petróleo.

Quanto ao défice público, a previsão mais recente do governo, de Setembro, aponta para um défice de 2,4 por cento do PIB em 2008, abaixo dos 3,3 por cento previstos para este ano. No entanto, o BPI e o BES são menos optimistas: o BPI antecipa uma melhoria do défice para os 2,8 por cento do PIB enquanto o BES prevê um défice de 2,6 por cento.

O Santander está a trabalhar sobre uma previsão de défice de 2,4 por cento, mas este cenário pode ainda ser revisto.

Os maiores riscos para o défice prendem-se com a actividade económica, já que menos crescimento implica menos receitas, segundo a generalidade dos analistas, mas a questão central será o "controlo significativo da despesa", disse Rui Constantino. Um desemprego elevado pode também pressionar uma derrapagem do défice, acrescentou ainda o analista do Santander.

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