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Alemanha quer que Grécia coloque promessas de lado e mantenha compromissos

A Reuters teve acesso a um documento do Governo alemão onde Berlim quer que Atenas recue nas promessas de aumentar o salário mínimo e de travar privatizações. O Executivo de Tsipras deve também garantir que vai pagar a sua dívida aos credores, defende Berlim.

David Gray/Reuters
04 de Fevereiro de 2015 às 15:16
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Os líderes gregos andam em périplo pela Europa para apresentar os seus planos para o futuro do país. Mas apesar do intenso esforço diplomático helénico, a Alemanha quer que Atenas cumpra os compromissos feitos com os parceiros europeus.

 

Isto mesmo é defendido num documento preparado pelo Governo alemão, e a que a Reuters teve acesso esta quarta-feira, 4 de Fevereiro, para um encontro de altos responsáveis das finanças da Zona Euro que vai ter lugar na quinta-feira.

 

Este documento torna-se público um dia antes de Yanis Varoufakis, o ministro das Finanças grego, voar até Berlim para se reunir com Wolfgang Schäuble, o responsável pelas Finanças da Alemanha.

 

"O Eurogrupo precisa de um compromisso claro e intencional por parte da Grécia para assegurar a implementação total de reformas essenciais necessárias para manter o rumo do programa", diz o documento oficial, em referência ao grupo de ministros das Finanças do euro.

 

"O objectivo é a perpetuação da agenda de reformas acordada (sem recuos nas medidas), previstas para as áreas das receitas públicas, impostos, gestão de financiamento público, privatizações, administração pública, cuidados de saúde, pensões, segurança social, educação e a luta contra a corrupção", sublinha.

 

Berlim quer também que a Grécia declare que pretende pagar a sua dívida ao Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e aos fundos de resgate europeus - Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e o seu antecessor Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF). Esta declaração também deverá abranger os empréstimos bilaterais de países da Zona Euro conforme previsto no primeiro programa de resgate.

 

Em termos de medidas, Berlim quer que a Grécia atinge um saldo primário positivo de 3% este ano e de 4,5% em 2016. Outra das exigências é que Atenas tape o buraco orçamental para este ano, no valor de mais de 1,5 mil milhões de euros. Outras das medidas de que Berlim não pretende abdicar é o plano para reduzir o número de trabalhadores públicos em 150 mil.

 

Membros do Governo grego anunciaram recentemente que pretendiam aumentar o salário mínimo, para níveis pré-troika, e que as privatizações do porto de Piraeus e da companhia de electricidade PPC iriam ser travadas. Berlim reitera no documento que o salário mínimo deve manter-se no nível actual e que as privatizações são mesmo para avançar.

 

Desta forma, e se Atenas cumprir com todos estes parâmetros, o Governo de Angela Merkel está preparado para "intensificar a sua cooperação com a Grécia de forma a promover o crescimento e a criar novos empregos".

 

"Mais precisa de ser feito e pode ser feito, numa base bilateral assim como num quadro europeu", defende Berlim.

 

Ainda hoje, Angela Merkel veio a público revelar que aguarda "com expectativa" o encontro com Alexis Tsipras no Conselho Europeu de 12 de Fevereiro. Ao mesmo tempo, assegura que a Alemanha está a trabalhar no sentido de assegurar que a Grécia permaneça no euro.

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