Notícia
Revista do ano: Maio
Até 30 de Dezembro, o Negócios faz o balanço dos temas nacionais e internacionais que marcaram cada um dos 12 meses do calendário. Embarque na leitura, viaje até ao passado recente e recorde os assuntos, os protagonistas e as frases que vão ficar na história das notícias deste ano de 2013.
Os acontecimentos nacionais que marcaram o mês de Maio
2 de Maio. Falências aumentaram 400% em cinco anos
São uma das faces mais visíveis da crise e da quebra do consumo: desde 2007, o número de novos pedidos de falência, insolvência e recuperação de empresas entrados nos tribunais de primeira instância tem registado uma escalada constante, atingindo mais 395,8% no quarto trimestre de 2012.
Os dados revelados pelo Ministério da Justiça, em Maio, revelavam também que o número de processos findos tem vindo cada vez mais a acompanhar o ritmo dos que entram, mas os tribunais do comércio estão muito longe de ter mãos a medir. Basta ver que, em 2012, o número de processos pendentes no final do quarto trimestre do ano registava um crescimento de 22,6% face ao período homólogo de 2011 e um aumento de 13,5% face ao primeiro trimestre de 2012.
3 de Maio. Eléctricas deixam "às escuras" o leilão da Deco para baixar a factura
Mais de 587 mil portugueses queriam baixar a sua factura através da Deco, mas só a Endesa se apresentou na licitação.
A EDP não foi a jogo, a Galp também não, a Iberdrola não se mostrou interessada, e a Gás Natural Fenosa também não. Das cinco empresas que comercializam electricidade no segmento doméstico em Portugal, apenas uma, a Endesa, entrou no leilão.
6 de Maio. Austeridade sobre pensionistas triplica em 2014
As mexidas nas pensões desenhadas pelo Governo vão tirar 1,44 mil milhões de euros aos pensionistas só em 2014, mais do triplo da austeridade que estão a suportar este ano.
Para quem já está reformado, uma nova taxa. Para quem se venha a reformar, uma maior penalização por viver mais tempo. Para os futuros reformados do Estado, novas regras de cálculo que trazem menos dinheiro.
7 de Maio. BCP prepara novos cortes de pessoal por imposição de Bruxelas
O BCP está a preparar um novo programa de redução de pessoal, através de rescisões por mútuo acordo, no âmbito das medidas de reestruturação que lhe deverão ser impostas pela Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia (DGCom)em resultado do banco ter beneficiado de apoio do Estado.
“Pode ser que tenhamos de fazer uma redução adicional da oferta bancária. Não irei entrar em estimativas porque estamos num período negocial muito relevante com a
DGCom. Se fizermos uma redução da ordem da que fizemos no ano passado[de cerca de mil colaboradores], acontecerá em vários exercícios”, sublinhou o presidente, Nuno Amado, garantindo que “não está previsto nenhum despedimento colectivo”.
7 de Maio. Função Pública terá horário mais longo do que o privado
O Governo pretende que os funcionários públicos passem a ter como “regra geral” um horário de 40 horas por semana já a partir do segundo semestre. A medida é apresentada como uma forma de equiparar o regime público ao privado, mas se assim for os funcionários ficarão na prática com uma semana mais longa do que muitos trabalhadores do privado.
É que, apesar de se relacionarem habitualmente as 40 horas semanais com a lei do sector privado, este valor refere-se, na verdade, ao “limite máximo”do período normal de trabalho. “As 40 horas vigoram para o sector privado como limite[máximo] legal. Depois há alguns sectores onde o limite que vigora é inferior por causa das convenções colectivas. É o caso do sector financeiro [banca e dos seguros], onde é de 35 horas por semana”,confirma Pedro Furtado Martins, especialista em Direito Laboral. É por isso que nos serviços são frequentes contratos de 35 horas.
10 de Maio. 70% dos desempregados com mais de 45 anos procuram trabalho há mais de 12 meses
A destruição de emprego parece estar a abrandar, mas nem por isso a escalada do desemprego foi travada. O mercado de trabalho continua incapaz de absorver quem está à procura de trabalho, aumentando o tempo de procura de novo emprego. Uma situação especialmente dramática para os mais velhos. Sete em cada dez desempregados com mais 45 anos está à procura de trabalho há mais de 12 meses. Para 44% a busca já dura há mais de dois anos.
13 de Maio. Mexia é o mais bem pago no ano em que meio PSI-20 ficou sem prémios
Praticamente metade dos líderes da sempresas cotadas no índice PSI20 ficaram em 2012 sem prémios de gestão. Entre 19 presidentes executivos(CEO) ,foram nove os que viram a sua remuneração limitada à componente fixa.
Ainda assim, no total, os salários distribuídos pelos CEO apresentaram um aumento de 6,1%, para 15,4 milhões de euros. Uma evolução justificada pela quase triplicação do montante auferido pelo líder da EDP, António Mexia, já que em 2012 o pagamento dos bónus de mandato catapultou a sua remuneração total para 3,1 milhões de euros.
13 de Maio. Cotadas portuguesas exportam um terço dos dividendos
A China é o principal destino da remuneração accionista das empresas do PSI-20, à frente de países como Espanha e EUA. A EDP é a que envia mais dinheiro para o exterior: metade do total dos seus dividendos.
As maiores empresas da bolsa portuguesa vão entregar mais de 1,7 mil milhões de euros em dividendos aos accionistas. Deste total, mais de um terço vai ser "exportada" para o estrangeiro, reflectindo o crescente peso de investidores estrangeiros.
21 de Maio. "Vírus de Chipre" não preocupa investidores na banca portuguesa
Os investidores estão a relativizar a transição para um novo modelo de resgates à banca na Zona Euro, no qual, em vez de intervenção estatal, podem ser impostas perdas
a obrigacionistas e, em último caso, a depositantes acima de 100 mil euros.
Os analistas desvalorizam o risco de subida dos custos de financiamento dos bancos dos países da periferia, numa altura em que os dados indicam que não está a ocorrer a fuga de depósitos que se temeu com a crise em Chipre e os indicadores de mercado dizem que ficou para trás a turbulência que marcou o final de Março.
23 de Maio. Onda de novos negócios "rebenta" em plena crise
Entre Janeiro e Abril foram constituídas mais empresas em Portugal do que no mesmo período do anos últimos cinco anos.
Entre jovens licenciados e reformados, desempregados e gente que só procurou novos empresários em virtude da exposição à crise, como restauração, vestuário, os serviços de um segundo emprego – todos investiram tudo do próprio bolso –, o Negócios foi conhecer as ideias, conveniência ou... o casamento.
27 de Maio. Governo quer inaugurar nova era com "super" apoio ao investimento
Finanças e Economia apareceram de braço dado para anunciar ao País a inauguração de uma nova fase na vida económica nacional: “Chegou o momento do investimento”. Foi assim que Vítor Gaspar abriu uma conferência de imprensa para detalhar algumas medidas de apoio às empresas.
Foi esta a proclamação que repetiu por diversas vezes durante o seu discurso e foi esta mesma mensagem que, no fim, pediu aos jornalistas para não descurarem: “Por favor tomem nota, chegou o momento do investimento”.
27 de Maio. Cortes nas pensões do Estado só acima dos 600 euros por mês
Os cortes que o Governo está a preparar nas pensões da Caixa Geral de Aposentações (CGA) deixarão de fora quem ganhe até 600 euros por mês. Estarão em causa cerca de 100 mil reformados do Estado, que equivalem a 20% do universo de aposentados.
A novidade foi dada pelo primeiro-ministro durante mais uma deslocação ao Parlamento para o debate quinzenal. “Qualquer que seja a convergência, mesmo nas pensões da CGA, ela sempre haverá de poupar as pensões mais baixas, sobretudo abaixo de 600euros”,adiantou Pedro Passos Coelho.
29 de Maio. Governo quer serviços públicos abertos pelo menos oito horas por dia
O aumento do horário de trabalho da Função Pública pode vir a ter como consequência o alargamento do horário de atendimento de alguns serviços públicos. No documento que chegou aos sindicatos, o Executivo propõe pela primeira vez que fique consagrado na legislação o objectivo de um período de atendimento mínimo de oito horas.
“O período de atendimento deve, tendencialmente, terá duração mínima de 8 horas diárias e abranger os períodos da manhã e da tarde”, pode ler-se na nova proposta. Actualmente, a lei prevê sete horas e a prática varia muito de serviço para serviço.
Beppe Grillo? Nós já temos um palhaço. Chama-se Cavaco Silva
Os acontecimentos internacionais que marcaram o mês de Janeiro
14 de Maio. Estará a China à beira de uma crise da dívida?
O risco de desaceleração do crescimento económico a China é algo que preocupa os in-vestidores globais há vários anos. Junta-se agora outro risco: o endividamento. A Fitch cortou em Abril o “rating” da dívida chinesa, muito por culpa da dívida crescente. Os economistas do UBS diziam que há “definitivamente” razões para preocupação.
16 de Maio. Eurodeputados querem proteger depósitos acima de 100 mil euros
Os Eurodeputados vão propor que os depósitos acima de 100 mil euros gozem de maior protecção no âmbito do novo mecanismo de resolução de bancos a adoptar pela União Europeia. A ideia é que estes depositantes só sejam forçados a participar num resgate em último caso, sendo privilegiados em relação aos detentores de obrigações.
29 de Maio OCDE: Grécia destrona Espanha com desemprego acima de 28%
A Grécia prepara-se para destronar a Espanha num pódio pouco apetecido, devendo apresentar em 2014 uma taxa de desemprego equivalente a 28,4% da população activa, acima dos 28% previstos para Espanha, país tradicionalmente recordista na matéria. As previsões são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que divulgou esta quarta-feira o relatório semestral com as perspectivas económicas para os seus mais de trinta países membros.
Se tivéssemos de fazer reformas sociais desta envergadura teríamos uma rebelião social.