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Netflix, Hollywood não se vai render assim tão facilmente
A previsão é da Wired, que escreve esta segunda-feira que Hollywood se prepara para dar luta à Netflix em 2016. Enquanto a Netflix aposta em conteúdos originais, os estúdios investem em novas plataformas de distribuição.
A Netflix já está a sentir a pressão dos estúdios, das cadeias de televisão e outras empresas tecnológicas à medida que compete para comprar os melhores programas, filmes e documentários, mas 2016 marca o ano em que a empresa começará a sentir uma pressão ainda maior de Hollywood, escreve a Wired.
A Netflix precisa de conteúdos (filmes, séries e programas) para alimentar a sua plataforma de distribuição. Ao mesmo tempo, os estúdios viram na plataforma da Netflix uma oportunidade de colocar os seus conteúdos à disposição dos clientes, que gravitam cada vez mais para formatos on-demmand, isto é, para plataformas que lhes permitem o que querem, quando o querem fazer e em diferentes plataformas.
Mas o quadro de forças tem vindo a alterar-se à medida que a Netflix investe cada vez mais na produção própria.
Apesar de reconhecer que a parceria com a Disney (que remonta a 2012) é uma mais-valia, Ted Sarandos, director de conteúdos da Netflix, disse que a empresa prefere gastar mil milhões a produzir os seus filmes do que a comprar filmes que já passaram nos cinemas, escreve a Wired. Por exemplo, a empresa decidiu deixar expirar o acordo com a Epix este ano, o que significa perder filmes como "Hunger Games" ou "World War Z".
Por outro lado, prepara-se para lançar filmes como "War Machine", de Brad Pitt, e produzir as sequelas de "Crouching Tiger" e "Hidden Dragon", assim como a segunda temporada da série "Narcos".
Mas os dados ainda rolam, e Hollywood já percebeu a estratégia do Netflix e pretende invertê-la. "Se o Netflix pode fazer os seus próprios filmes e séries, as empresas de entretenimento podem criar as suas próprias plataformas", resume a publicação especializada em tecnologia, Wired.
A CBS já lançou a sua aplicação para oferecer os seus conteúdos on-demmand. A Hulu, detida pela ABC, Fox e NBC, tem comprado os direitos dos conteúdos que a Netflix tem falhado. A própria Disney lançou serviços de streaming online com subscrição mensal na China e no Reino Unido.
Este panorama deverá aumentar a competição não só por audiência como por boas histórias e por talento para as produzir.
"O Netflix pode estar a ganhar a Hollywood no seu jogo actual, mas, para os estúdios, os riscos são muito altos para se conformarem e não darem luta", conclui a Wired nas suas perspectivas para 2016.