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Porto instala hospital com 300 camas no Pavilhão Rosa Mota

Dentro de uma semana, o maior pavilhão da cidade Invicta, recentemente concessionado e reabilitado por privados, já vai estar transformado num hospital de campanha para servir de retaguarda ao São João e Santo António.

Miguel Nogueira / CMP
31 de Março de 2020 às 12:08
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A Câmara Municipal do Porto vai montar um hospital de campanha com 300 camas no SuperBock Arena / Pavilhão Rosa Mota, que estará pronto dentro de apenas uma semana. Conta com o apoio logístico do Exército e dos dois centros hospitalares da cidade e do Exército, sendo a gestão clínica assegurada pelo Conselho Regional da Ordem dos Médicos.

 

Os trabalhos para construir este hospital de combate à covid-19 arrancaram esta terça-feira, 31 de março. O "Hospital Porto." servirá de retaguarda às unidades do São João e do Santo António, podendo receber infetados assintomáticos ou com sintomas ligeiros sem possibilidade de isolamento no domicílio, com necessidade de cuidados médicos devido a outras patologias ou doentes em fase de convalescença.

 

"Não lhe quero chamar um hospital de campanha. Prefiro dizer que é um hospital de missão. E a missão é clara: tratar de muitos dos que, estando infetados com covid-19 e precisando de assistência hospitalar, dentro de dias não terão lugar nos hospitais de Santo António e de São João, dada a afluência que se prevê para estas unidades", resumiu Rui Moreira num vídeo publicado esta manhã no YouTube.

 

 

O maior pavilhão da cidade foi disponibilizado pela Círculo de Cristal, concessionária do espaço recentemente reabilitado após concurso público. Além da proximidade ao Santo António, o autarca destaca que "possui um piso novo, climatização em estado perfeito, instalações sanitárias de grande qualidade e amplos espaços no piso inferior que permitirão a instalação de enfermarias para o isolamento e tratamento de doentes mais especificos".

 

Montagem do hospital já arrancou no Pavilhão Rosa Mota.
Montagem do hospital já arrancou no Pavilhão Rosa Mota. Miguel Nogueira / CMP



A par da Pousada da Juventude, o histórico pavilhão portuense estava inicialmente reservado pelo município para ser um dos centros de acolhimento dos idosos que estão a ser testados ao novo coronavírus e que tenham de ser deslocalizados dos lares. Porém, o equipamento acabou por ser libertado depois de a Diocese do Porto ter disponibilizado para esse efeito o Seminário de Vilar, localizado nas imediações do Rosa Mota.

Kits e ventiladores a chegar da China

 

Numa nota enviada à imprensa, a Câmara do Porto avança que já chegaram esta segunda-feira, 30 de março, os cinco mil kits de testes à covid-19 oferecidos pela Fundação Fusun e pela Gestifute (detida pelo empresário de futebol, Jorge Mendes), parte deles usados neste rastreio a 3.000 idosos e funcionários dos lares da cidade.

 

Para os próximos dias é aguardada a chegada dos primeiros ventiladores comprados pelo município a uma empresa tecnológica de Shenzhen (China). Os 50 equipamentos contratualizados terão como destino preferencial os Hospitais de São João e de Santo António, com cinco deles a serem enviados para Cascais, no âmbito de uma colaboração com aquela autarquia da Área Metropolitana de Lisboa.

O Porto foi também a primeira cidade portuguesa a montar um centro de rastreio para covid-19, numa parceria com várias empresas privadas, como a Unilabs. Instalado no Queimódromo, arrancou a 18 de março com capacidade para realizar 400 testes diários, podendo evoluir posteriormente para 700. E em colaboração com um empresário local, uma pequena fábrica localizada na freguesia de Campanhã foi reconvertida para produzir máscaras de proteção pessoal para os funcionários da autarquia que contactem com o público.

DGS admite dupla contagem de casos no Porto

Na última contagem oficial, o Porto era o concelho com maior número de infetados com covid-19, o que levou Graça Freitas a avançar que estaria a ser até equacionada a criação de uma cerca sanitária. Porém, escreve o Jornal de Notícias, uma dupla contagem no terreno poderá estar a levar a que o universo de infetados seja "indevidamente maior do que o número de casos", como admite a própria Direção-Geral da Saúde (DGS), explicando que está a ser utilizada uma "metodologia mista" que recolhe dados reportados pelas administrações regionais de saúde e pela plataforma Sinave (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica), na qual os médicos inserem a informação sobre os doentes.

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