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Taxa de desemprego desce para mínimo de quase nove anos nos 9%

O INE reviu em baixa o valor da taxa de desemprego de Maio em duas décimas e avançou com uma estimativa de nova descida em Junho para 9%, o que representa o valor mais baixo desde Novembro de 2008. Valor não bate certo com a previsão feita no Domingo por Marques Mendes.

Bloomberg
28 de Julho de 2017 às 11:09
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(Nota prévia: há alguns meses que surgem nas notícias valores diferentes para o desemprego, que podem deixar os leitores confusos. Isso explica-se porque o INE publica duas "taxas de desemprego" diferentes. Uma mensal e outra trimestral. Os dois valores têm diferenças metodológicas e, no caso do segundo, nunca são ajustados à sazonalidade.)

Afinal, a taxa de desemprego em Portugal caiu para 9,2% em Maio, segundo o valor definitivo, divulgado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (a estimativa provisória apontava para 9,4%). O INE calcula ainda que em Junho, o desemprego tenha recuado ainda mais, desta vez para 9%.

 

"A taxa de desemprego de maio de 2017 situou-se em 9,2%, menos 0,3 pontos percentuais do que no mês anterior e menos 0,7 pontos em relação a três meses antes. Aquele valor representa uma revisão de menos 0,2 p.p. face à estimativa provisória divulgada há um mês e constitui o valor mais baixo observado desde Novembro de 2008 (8,9%)", refere o INE.

A descida de 0,2 pontos percentuais da taxa de desemprego em Junho é motivada por uma diminuição semelhante entre mulheres e homens, continuando a haver mais desempregados entre as primeiras do que entre os segundos (9,5% vs. 8,5%). "A taxa de desemprego dos jovens situou-se em 23,4% e diminuiu 0,5 pontos em relação ao mês precedente. A taxa de desemprego dos adultos foi de 7,9% e diminuiu 0,2 pontos em relação aquele mês", acrescenta o INE.

No que diz respeito ao emprego, em Maio 4.670,3 mil portugueses tinham trabalho. Uma subida ligeira, de 0,1%, face ao valor observado no mês anterior. A estimativa provisória para Junho aponta para uma população empregada de 4.672,3 mil, o que significa que o indicador praticamente estagnou nos últimos meses.

Para esta variação nula contribuiu um reforço ligeiro do emprego entre os homens e os adultos (dos 25 aos 74 anos), ao mesmo tempo que para as mulheres e os jovens ele praticamente não mexeu.

Marques Mendes enganou-se

Na segunda-feira, os números mensais do desemprego transformaram-se numa polémica entre Luís Marques Mendes e o INE, depois de o comentador e conselheiro de Estado ter "antecipado" o valor da taxa de desemprego de Maio. "A taxa de desemprego está neste momento em 9,5%, valores de Abril. Pois bem, vai baixar para 9,4%, são resultados que o INE vai divulgar oportunamente, relativamente ao mês de Maio. Ainda não é conhecido, mas vai divulgar", afirmou no Domingo.

No dia seguinte, o INE emite um comunicado em que acusa Marques Mendes de uma "falsa antecipação" de dados, argumentando que esse valor de 9,4% já tinha sido publicado de forma provisória pelo instituto e que os dados definitivos ainda não tinham sido apurados.    

Agora, os dados publicados hoje pelo INE mostram que Marques Mendes estava errado. A taxa de desemprego de Maio foi revista em baixa para 9,2% e a de Junho caiu ainda mais, para 9%. Nenhum desses valores foi referido pelo comentador. Das duas, uma: ou o ex-líder do PSD estava a referir-se à taxa provisória (e, nesse caso, não havia novidade no número); ou, de facto, procurou antecipar o valor que seria publicado hoje pelo INE (e, nesse caso, errou).

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