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Sem stocks, investimento abranda no final do ano

Os números do INE mostram que a Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 1,5% no quarto trimestre de 2014, um abrandamento face aos 4% observados no trimestre anterior.

Miguel Baltazar/Negócios
27 de Fevereiro de 2015 às 11:47
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Publicadas esta manhã, 27 de Fevereiro, as contas nacionais confirmam o crescimento de 0,9% do PIB no ano passado. Do lado da procura interna, todas as componentes tiveram um comportamento mais negativo, excepto o investimento, cujo crescimento homólogo passou de 2,5% para 3%. No entanto, esse resultado deveu-se apenas à variação dos stocks.

 

"No quarto trimestre de 2014, assistiu-se a uma aceleração do investimento em volume, que registou uma variação homóloga de 3,0% (2,5% no terceiro trimestre)", escreve o INE. "Este resultado foi determinado pelo contributo positivo da variação de existências para a variação homóloga do PIB (negativo no trimestre anterior), associado sobretudo a um efeito base por se ter registado um nível negativo no 4º trimestre de 2013, uma vez que a Formação Bruta de Capital Fixo desacelerou".

 

Se retirarmos o efeito dos stocks e nos concentrarmos em novo investimento – construção de uma fábrica ou compra de um camião, por exemplo - vemos que ele desacelerou face ao trimestre anterior. Depois de ter crescido 4%, avançou apenas 1,5%.

 

O principal contributo para esta variação veio das "máquinas e outros equipamentos" que, depois de ter avançado 18,1% no terceiro trimestre de 2014, cresceu apenas 4,7%. O equipamento de transporte continua a ser a rubrica que mais cresce (24%), mas também abrandou face aos três meses anteriores (28,5%). Já a construção voltou a registar uma contracção, embora mais moderada (-2,6% vs. -3,9%).

 

Para a totalidade do ano, a Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 2,3% e a Formação Bruta de Capital (com stocks) avançou 5,2%. Desde 1995, este foi o segundo ano com maior crescimento de stocks.

 

 
Com ou sem stocks?

O que está por trás desta diferença? A formação bruta de capital – aquilo que normalmente chamamos investimento – é constituída por três pilares: formação bruta de capital fixo (a construção de uma fábrica, a compra de camiões); aquisições líquidas de cessões de objectos de valor (activos não financeiros que servem como reservas, como obras de arte); e variação de existências (stocks). A formação bruta de capital fixo é a fatia de leão do investimento, daí que muitas vezes a utilizemos para definir todo o bolo. As outras duas são significativamente mais pequenas. Contudo, desta vez importa olhar para o que aconteceu aos stocks com mais atenção, como o próprio INE alerta.

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