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Economia cresce 0,9% em 2014 com contributo negativo das contas externas (act.)

O INE confirma crescimento de 0,9% no ano passado, ligeiramente menos que a previsão do Executivo, mas em linha com a estimativa do Banco de Portugal. O conjunto das importações e exportações deu um contributo negativo para o crescimento pela primeira vez desde 2010.

Bruno Simão/Negócios
27 de Fevereiro de 2015 às 11:21
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Um abrandamento no final de 2014 levou a economia nacional a crescer 0,7% em termos homólogos (1,1% no terceiro trimestre) no último trimestre do ano, o que confirma um crescimento anual de 0,9%, valor igual ao da primeira estimativa avançada  pelo INE no início de Fevereiro. Trata-se do primeiro ano de crescimento desde 2010, mas que recupera apenas cerca de 14% do PIB perdido nos três anos anteriores. O valor ficou em linha com as últimas previsões do Banco de Portugal, embora ligeiramente abaixo dos 1% antecipados pelo Governo em Outubro.

 

"Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 0,9% em volume, após ter diminuído 1,4% no ano anterior. Este comportamento foi determinado pela procura interna, que passou de um contributo para a variação do PIB de -2,4 pontos percentuais (pp) em 2013 para 2,0 pp", escreve o INE, explicando que se trata de "uma recuperação do consumo privado e, em menor grau, do investimento". Dados trimestrais dão conta de um abrandamento do consumo privado nos ultimos três meses do ano (crescimento homólogo de 1,9% contra os 2,7% no trimestre anterior), e uma contracção mais significativa do consumo público (queda homóloga de 1,6% contra -0,3% no trimestre anterior).

  

Em termos anuais, os números do INE dão conta de um crescimento do consumo privado de 1,5% em 2014, e de um avanço do investimento de 5,2%, o que explica o crescimento da procura interna de 2%. Trata-se de uma recuperação de cerca de 13,5% dos quase 15% de recuo acumulados entre 2011 e 2013.

 

A frente externa, por seu lado, deu um contributo negativo para o crescimento, dá conta o instituto na nota divulgada à imprensa: "O contributo da procura externa líquida foi negativo, situando-se em -1,1 pp (contributo de 1,0 pp em 2013), reflectindo um crescimento mais intenso das importações de bens e serviços relativamente ao observado nas exportações". Isto não significa que saldo comercial com o exterior tenha sido negativo - que não foi. Significa sim que a dinâmica de crescimento das importações superou o aumento das exportações em 2014, o que resulta num contributo negativo para o crescimento anual. É a primeira vez que tal acontece desde 2010, o que chama a atenção para uma recuperação económica baseda no consumo interno e não nas exportações.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As exportações de bens e serviços cresceram 3,4% (compara com 3,1% de 2012 e 6,4% de 2013) e as importações voltaram a aumentar pelo segundo ano consecutivo (6,2%, quase o dobro das exportações, e uma subida acentuada face aos 3,6% de 2013).

 

Contas feitas às vendas e compras ao exterior, o saldo comercial nacional ascendeu a 1.223 milhões de euros em 2014, cerca de 0,7% do PIB. Trata-se do segundo ano consecutivo com um excedente comercial, embora o valor tenha recuado 27% ou 454 milhões de euros face a 2013, um recuo em linha com dados já avançados esta semana pelo Negócios a partir das contas do Banco de Portugal.

 

(Notícia em actualizada às 11:50 com informação trimestral e tabela)

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