Notícia
OCDE revê em alta PIB de 2019, mas está mais pessimista para 2020 do que Centeno
A OCDE reviu em alta o crescimento da economia portuguesa para 1,9% este ano, mas prevê uma desaceleração no próximo ano. Já o Governo antecipa uma aceleração em 2020.
A economia portuguesa vai crescer mais do que o esperado este ano, mas nos próximos anos a desaceleração chegará. É esta a conclusão agridoce das previsões para Portugal da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) publicadas esta quinta-feira, 21 de novembro, no Economic Outlook.
A OCDE prevê que o PIB português vá crescer 1,9% este ano, a mesma previsão do Governo, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Conselho das Finanças Públicas. Esta previsão representa uma revisão em alta face aos 1,8% das previsões de maio. Nessa altura ainda não tinha sido atualizada a série de contas nacionais que levou a revisões em alta do PIB nos últimos anos.
"A revisão dos dados das contas nacionais teve um papel na revisão em alta dos números do PIB para 2019", admite Sahra Sakha, economista da OCDE dedicada à economia portuguesa, em resposta a questões do Negócios. Contudo, a economista nota que "o desempenho económico de Portugal no primeiro semestre deste ano foi impressionante, com fortes taxas de crescimento do investimento, importações e exportações, particularmente no equipamento de transporte".
No Economic Outlook, a OCDE assinala que as exportações desaceleraram por causa da "crescente incerteza sobre as condições externas e as tensões comerciais". No entanto, também sublinha que a confiança que existe no setor dos serviços, nos consumidores e na construção indica "alguma resiliência a desenvolvimentos externos negativos".
Contudo, o otimismo termina aqui. A Organização antecipa uma desaceleração para 2020 (1,8%) e para 2021 (1,7%), o que representa uma revisão em baixa face às previsões anteriores. Esta travagem da economia portuguesa está em linha com o esperado por outras instituições nacionais e internacionais, mas vai contra o número do Governo.
O Ministério das Finanças vê o PIB a acelerar para um crescimento de 2%, o último número que apresentou junto da Comissão Europeia na Proposta de Plano Orçamental e com o qual deverá estar a construir o Orçamento do Estado para 2020.
Investimento trava a fundo em 2020
Os números da OCDE mostram que a desaceleração virá de um menor crescimento do investimento, que passa de 6,9% em 2019 para 1,2% em 2020. "O investimento e as exportações deverão desacelerar em 2020 devido a uma contínua deterioração da procura externa, às persistentes tensões comerciais mundiais e à incerteza duradoura à volta do Brexit", explica Sahra Sakha.
Mas as restantes componentes também vão travar, ainda que de forma menos acentuada. "Apesar da baixa inflação e das condições financeiras acomodatícias, o crescimento do consumo privado vai suavizar devido a alguma moderação no crescimento do emprego e a estabilização do crescimento dos salários", lê-se no relatório da OCDE.
As exportações também vão desacelerar, mas a Organização considera que, "apesar da fraca procura externa, as exportações vão continuar a crescer devido aos ganhos de competitividade suportados por um crescimento controlado dos custos unitários de trabalho".
Os riscos descendentes identificados pela OCDE estão relacionados com as perspetivas de crescimentos dos outros Estados-membros da União Europeia e a contínua incerteza do Brexit. Por outro lado, o melhor desempenho do mercado de trabalho e da competitividade das exportações portuguesas seriam fatores positivos na opinião da Organização.
OCDE quer aposta nas escolas profissionais
Em linha com as recomendações feitas no passado, a Organização volta a recomendar que Portugal aposte no aumento da qualidade da educação e nas escolas profissionais, o que ajudaria "a alinhar as qualificações [dos trabalhadores] com as necessidades das empresas e a alcançar crescimento inclusivo". Esta deve ser uma prioridade, porque a percentagem de trabalhadores com baixas qualificações em Portugal "continua a ser alta".
As restantes recomendações passam, por exemplo, pela melhoria da eficiência dos tribunais, a redução das barreiras da regulação em algumas indústrias e em algumas profissões, uma mudança que se mantém "crucial para estimular o investimento produtivo".
Quanto à política orçamental, a OCDE prevê que esta se mantenha "neutral" entre 2019 e 2021, o que ajudará a reduzir a dívida pública para os 114,3% daqui a dois anos. "Aumentar a eficiência da despesa pública irá ajudar a construir folgas orçamentais para enfrentar choques inesperados e o impacto orçamental do envelhecimento da população", refere a Organização.
A OCDE prevê que o PIB português vá crescer 1,9% este ano, a mesma previsão do Governo, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Conselho das Finanças Públicas. Esta previsão representa uma revisão em alta face aos 1,8% das previsões de maio. Nessa altura ainda não tinha sido atualizada a série de contas nacionais que levou a revisões em alta do PIB nos últimos anos.
No Economic Outlook, a OCDE assinala que as exportações desaceleraram por causa da "crescente incerteza sobre as condições externas e as tensões comerciais". No entanto, também sublinha que a confiança que existe no setor dos serviços, nos consumidores e na construção indica "alguma resiliência a desenvolvimentos externos negativos".
Contudo, o otimismo termina aqui. A Organização antecipa uma desaceleração para 2020 (1,8%) e para 2021 (1,7%), o que representa uma revisão em baixa face às previsões anteriores. Esta travagem da economia portuguesa está em linha com o esperado por outras instituições nacionais e internacionais, mas vai contra o número do Governo.
O Ministério das Finanças vê o PIB a acelerar para um crescimento de 2%, o último número que apresentou junto da Comissão Europeia na Proposta de Plano Orçamental e com o qual deverá estar a construir o Orçamento do Estado para 2020.
Investimento trava a fundo em 2020
Os números da OCDE mostram que a desaceleração virá de um menor crescimento do investimento, que passa de 6,9% em 2019 para 1,2% em 2020. "O investimento e as exportações deverão desacelerar em 2020 devido a uma contínua deterioração da procura externa, às persistentes tensões comerciais mundiais e à incerteza duradoura à volta do Brexit", explica Sahra Sakha.
Mas as restantes componentes também vão travar, ainda que de forma menos acentuada. "Apesar da baixa inflação e das condições financeiras acomodatícias, o crescimento do consumo privado vai suavizar devido a alguma moderação no crescimento do emprego e a estabilização do crescimento dos salários", lê-se no relatório da OCDE.
As exportações também vão desacelerar, mas a Organização considera que, "apesar da fraca procura externa, as exportações vão continuar a crescer devido aos ganhos de competitividade suportados por um crescimento controlado dos custos unitários de trabalho".
Os riscos descendentes identificados pela OCDE estão relacionados com as perspetivas de crescimentos dos outros Estados-membros da União Europeia e a contínua incerteza do Brexit. Por outro lado, o melhor desempenho do mercado de trabalho e da competitividade das exportações portuguesas seriam fatores positivos na opinião da Organização.
OCDE quer aposta nas escolas profissionais
Em linha com as recomendações feitas no passado, a Organização volta a recomendar que Portugal aposte no aumento da qualidade da educação e nas escolas profissionais, o que ajudaria "a alinhar as qualificações [dos trabalhadores] com as necessidades das empresas e a alcançar crescimento inclusivo". Esta deve ser uma prioridade, porque a percentagem de trabalhadores com baixas qualificações em Portugal "continua a ser alta".
As restantes recomendações passam, por exemplo, pela melhoria da eficiência dos tribunais, a redução das barreiras da regulação em algumas indústrias e em algumas profissões, uma mudança que se mantém "crucial para estimular o investimento produtivo".
Quanto à política orçamental, a OCDE prevê que esta se mantenha "neutral" entre 2019 e 2021, o que ajudará a reduzir a dívida pública para os 114,3% daqui a dois anos. "Aumentar a eficiência da despesa pública irá ajudar a construir folgas orçamentais para enfrentar choques inesperados e o impacto orçamental do envelhecimento da população", refere a Organização.