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Católica diz que Portugal crescerá menos de 1,5% até 2018

Os economistas da Católica não arriscam certezas sobre o défice: com os dados disponíveis apontariam para 2,7% a 3,2% do PIB, mas admitem que o Governo tem capacidade de influenciar os números na parte final do ano.

Miguel Baltazar
12 de Outubro de 2016 às 14:19
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Os economistas do Lisbon Forecasting Lab – NECEP da Universidade Católica apontam para um crescimento económico de 0,9% este ano e 1,1% no próximo ano e antevêem crescimento abaixo de 1,5% ao ano até 2018, antecipando uma ligeira redução do crescimento potencial da economia. Esta é uma das estimativas da actualização trimestral de previsões dos economistas da Católica que adoptam um tom pessimista quanto ao futuro, que fica distante das perspectivas que o Governo se prepara para apresentar no Orçamento do Estado. 

Os economistas do NECEP apontam também para um défice orçamental este ano superior à meta europeia de 2,5% do PIB, mas avisam que o Governo tem instrumentos para, ainda que de forma insustentável a prazo, garantir um resultado satisfatório face aos compromissos europeus para este ano.

"O NECEP mantém a previsão de crescimento para 2016 em 0,9%, em desaceleração face a 2015 (crescimento de 1,6%)" lê-se numa nota síntese do documento, onde se acrescenta que "há alguma incerteza para o resto do ano, já que a reposição de salários na função pública sugeriria uma aceleração do consumo privado na segunda metade do ano mas a garantia, pelo Governo, do cumprimento de um défice inferior a 2,5% sugere, pelo contrário, uma travagem ainda em 2016".

"Para 2017, a projecção central do crescimento mantém-se em 1,1%, reflectindo um menor crescimento tendencial da economia, a incerteza sobre a política orçamental no próximo ano e, ainda, as perspectivas menos favoráveis para a economia mundial. Já para 2018, a projecção é revista em baixa ligeira para um ponto central em torno de 1,3%, reflectindo uma ligeira redução da estimativa do crescimento potencial da economia", escrevem ainda os economistas da Católica.

Quanto à evolução das contas públicas, a informação disponível aponta para um défice orçamental entre os 2,7% do PIB e os 3,2% do PIB, mas avisam que "na prática, o valor do défice em 2016 está sob o controlo do Governo já que se usar a sua faculdade discricionária para não efectuar diversas despesas orçamentadas, como por exemplo as despesas de capital, poderá acomodar no curto prazo montantes significativos", defendem, uma cautela que, como o Negócios destacou na edição de hoje, tem suporte na evidência empírica dos últimos anos.

Os números são conhecidos na semana de finalização do Orçamento do Estado em que, segundo a informação esparsa que vai sendo conhecida, apontará para um crescimento da economia de 1,2% este ano e 1,5% no próximo ano, com uma queda do desemprego de 11,2% este ano para 10,4% no próximo, e uma redução do défice público de um valor um pouco abaixo de 2,5% do PIB, para menos de 2% do PIB.

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