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Montepio melhora previsões para a economia portuguesa
O investimento deverá crescer mais do que o previsto e o consumo privado deverá abrandar, segundo as estimativas do Departamento de Estudos do Montepio para 2017.
O Montepio adicionou duas décimas à sua estimativa de crescimento da economia portuguesa este ano, devido ao desempenho superior ao estimado que foi alcançado no quarto trimestre de 2016.
O Departamento de Estudos do banco aponta agora para uma variação positiva do PIB de 1,7% este ano, quando antes antevia um crescimento de 1,5%.
A nova previsão situa-se entre as mais optimistas para a economia portuguesa, ficando duas décimas acima da previsão do Executivo de António Costa, uma décima da Comissão Europeia e em linha com a mais recente estimativa da Católica.
"Reflectindo o ‘carry-over’, revimos em alta a previsão de crescimento do PIB para este ano, de 1,5% para 1,7%", refere o relatório semanal do Montepio.
Esta revisão em alta surge depois do INE ter na semana passada revelado que o PIB de Portugal cresceu 1,4% em 2016, devido a uma aceleração no quarto trimestre, como o crescimento em cadeia de 0,6%.
O Montepio nota que se a economia estabilizasse nos quatro trimestres de 2017 no nível do último trimestre de 2016, apresentaria um crescimento médio anual de 1% em 2017, dai que tenha revisto em alta a previsão para este ano, que também materializa "os riscos ascendentes" já antes identificados pelo banco.
Investimento cresce mais e consumo privado abranda
A nova estimativa do Montepio aponta para um crescimento mais forte do investimento este ano, com a FBCF (formação bruta de capital fixo) a crescer 3,5%, "suportada pelos financiamentos por parte de fundos comunitários [Plano Junker], alguma recuperação da construção e continuação da recuperação do investimento empresarial em equipamentos".
Já o consumo privado deverá abrandar para uma taxa de crescimento de 1,6% (2.1% em 2016), "condicionado pela subida dos preços da energia e pelo abrandamento do consumo de bens duradouros", enquanto as exportações líquidas deverão ter um contributo ligeiramente positivo (+0.1 p.p.) para o crescimento.
"A economia angolana deverá crescer mais do que em 2016 e não se verificar um efeito tão negativo nas exportações de bens. As exportações de serviços, nomeadamente de turismo, deverão continuar a crescer a bom ritmo, à medida que diversos destinos portugueses consolidam o seu prestígio nos mercados internacionais", acrescenta o Montepio.
Previsões para o crescimento do PIB de Portugal em 2017
Conselho de Finanças Públicas: 1,3%
Governo: 1,5%
OCDE: 1,2%
FMI: 1,3%
Banco de Portugal: 1,4%
Comissão Europeia: 1,6%
Fitch: 1,5%
Católica: 1,7%
Fonte: Conselho de Finanças Públicas