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Economia portuguesa cresceu 1,4% em 2016
A economia portuguesa terminou o ano a crescer quase 2% no quarto trimestre de 2016. Isso significa que, na totalidade do ano, o PIB aumentou 1,4%, um resultado melhor que o Governo e a Comissão Europeia antecipavam.
Quando a comparação é feita com o trimestre anterior, verifica-se que o PIB aumentou 0,6%. Uma variação em cadeia forte, embora inferior ao registado no terceiro trimestre (0,8%), que já tinha surpreendido pela positiva. O crescimento em cadeia nos últimos três meses do ano deveu-se essencialmente a mais investimento.
O crescimento de 1,4% na totalidade do ano superou as previsões de Bruxelas, mas também dos economistas. Em média os especialistas contactados pela Lusa esperavam uma variação anual de 1,3%, sendo que só um deles - o ISEG - antecipava os 1,4%. O instituto justificava a sua previsão e a aceleração no final do ano com o facto de a economia começar "a responder a um conjunto de medidas que tinham sido tomadas" pelo Governo, como o fim faseado dos cortes salariais na Função Pública.
A economia portuguesa apresenta, assim, dois trimestres consecutivos de crescimento sólido, depois de um primeiro semestre desapontante. O dinamismo na segunda metade de 2016 tem importância não apenas para esse ano, mas também daqui para a frente. As previsões da Comissão Europeia, por exemplo, mostram que a aceleração da actividade se manterá na primeira metade de 2017, com crescimentos homólogos de 2% em cada um desses dois trimestres, seguindo-se um arrefecimento.
Um final de ano mais forte tem impacto na vida das famílias e das empresas e dá também uma ajuda às contas públicas. Como o défice orçamental é calculado em percentagem do produto interno bruto, um PIB mais robusto pode significar um rácio de défice mais baixo (embora, neste caso, a diferença não pareça ser muito significativa).
Importa, contudo, lembrar que o objectivo original de crescimento que o Executivo tinha definido no Orçamento do Estado era 1,8%, tendo só no final do ano revisto esse valor em baixa. O crescimento de 1,4% fica também aquém dos 1,6% de 2015.
O crescimento da economia portuguesa compara de forma favrável com o desempenho da economia da Zona Euro, com as taxas de variação do PIB em cadeia e em termos homólogos a ficarem acima.