Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Oposição realça menos crescimento em 2016 e falhanço da meta de Centeno

PSD e CDS-PP sublinham que crescimento de 2016 ficou aquém do de 2015 e abaixo do previsto pelo governo, e apontam falta de investimento. BE diz que os números são "simpáticos" mas "tímidos". PCP, Verdes e PAN não reagiram aos dados do PIB.

Bruno Simão
14 de Fevereiro de 2017 às 17:04
  • ...
A dirigente centrista Cecília Meireles defendeu esta terça-feira, 14 de Fevereiro, que "não é uma boa notícia" o crescimento do ano passado, de 1,4%, ter sido inferior ao estimado pelo PS em campanha eleitoral (2,4%) e pelo Governo no Orçamento do Estado (1,8%), sublinhando a "muito preocupante" ausência de investimento.

"A realidade das promessas foi um crescimento de 1,4%, pouco mais de metade daquilo que havia sido previsto durante a campanha eleitoral. Depois, no Orçamento do Estado, aquilo que estava previsto era 1,8%, que é manifestamente e expressivamente acima dos 1,4% que se vieram a verificar. Portanto, esta não é uma boa notícia", afirmou Cecília Meireles.

"Este é um crescimento que fica abaixo das expectativas e das previsões do Governo. Durante a campanha eleitoral, o PS apresentou um cenário elaborado por alguns sábios, chefiados pelo próprio ministro das Finanças, que previa um crescimento para 2016 que previa um crescimento de 2,4%", começou por afirmar a dirigente e deputada centrista.

Cecília Meireles sublinhou ainda que "não é uma boa notícia que o crescimento tenha sido inferior ao verificado em 2015, porque quer dizer que há uma desaceleração, e muito preocupante é o contributo que o investimento não dá para este crescimento".

"O investimento é a realidade do presente que mais impacto tem nos anos que aí vêm e no futuro e, desse ponto de vista, é o exemplo de uma oportunidade perdida", declarou.

O presidente do PSD defendeu, por seu lado, que a estratégia do Governo para a economia se revelou "desacertada" e deverá por isso ser alterada.
 
"A estratégia da Governo revelou-se desacertada", afirmou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, em Torres Vedras, manifestando a esperança de que "o Governo tenha a humildade de concretizar" uma "alteração de política económica".
 
Segundo o líder do PSD, "quando a economia cresce por via do consumo, isso significa que é a poupança que é sacrificada e, quando a poupança é sacrificada, como foi em 2016, o próprio investimento interno é penalizado".
 
"Para que o país possa crescer sustentadamente, tem de crescer com investimento, e foi justamente o que não funcionou durante o ano de 2016, em que o investimento afundou, a economia terá tido um desempenho pior do que o de 2015 e foi suportada pelo aumento do consumo", sustentou.

Já o Bloco de Esquerda (BE) valorizou os dados "simpáticos" da economia portuguesa, assinalando todavia que o crescimento é "ainda tímido" e considerando ser necessário "dar o passo seguinte", nomeadamente por via do investimento público.
 
"Houve quem dissesse que era impossível inverter o empobrecimento do país porque se se recuperasse salários e pensões viria aí o descalabro da economia. Está provado que não", começou por dizer a coordenadora do Bloco, Catarina Martins, falando à margem de uma visita a uma escola em Lisboa.

"Sabemos os problemas que o país ainda tem. O crescimento é ainda tímido para o que o país precisa. Este é o momento de dar o passo seguinte", por via do investimento público, "determinante para que o crescimento da economia se possa consolidar", afirmou Catarina Martins.
 
O BE foi o único dos partidos que apoia o governo socialista de António Costa que reagiu aos números da evolução da economia. PCP, Verdes e  PAN ficaram em silêncio.

O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 1,4% em 2016, menos duas décimas do que em 2015, mesmo depois da subida de 1,9% no quarto trimestre resultado de uma melhoria da procura interna, divulgou o INE.

De acordo com a estimativa rápida do INE, considerando o conjunto de 2016, "o contributo da procura interna para a variação do PIB diminuiu, reflectindo a redução do investimento e, em menor grau, a desaceleração do consumo privado". A procura externa líquida, por sua vez, apresentou um contributo "significativamente menos negativo que em 2015". 

Em termos trimestrais, nos últimos três meses de 2016, o PIB registou, em termos homólogos, um aumento de 1,9% em volume (face aos 1,6% registados no trimestre anterior).
Ver comentários
Saber mais 2015 PIB INE contas nacionais crescimento Cecília Meireles PS Governo PSD Pedro Passos Coelho PCP Bloco de Esquerda António Costa INE Produto Interno Bruto
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio