Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Novo secretário de Estado das Florestas diz serem precisos 50 milhões para canis

Miguel Freitas, o novo secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, estimou que seria necessário alocar 50 milhões de euros para adaptar os canis aos requisitos da nova lei. O levantamento do estado destas estruturas foi adiado para 21 de Julho.

Luís Costa/Correio da Manhã
14 de Julho de 2017 às 09:00
  • ...

O novo secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, o ex-deputado socialista Miguel Freitas, calcula que seja necessário alocar 50 milhões de euros para adaptar os canis e gatis que existem no território à nova lei. A legislação que proíbe os abates nos canis entrou em vigor em Setembro do ano passado e estabelece um período transitório de dois anos (até Setembro de 2018) para que a morte de animais passe a ser proibida como forma de controlo de população.

Até Setembro próximo, os canis deverão estar prontos para proceder à esterilização dos animais abandonados.

 

O agora governante divulgou estes cálculos ao Negócios em Junho, ainda na qualidade de primeiro secretário da Associação de Municípios do Algarve (AMAL). E baseou-se num estudo encomendado pela referida associação para a eventual construção de um canil intermunicipal na região.

 

Com base nos resultados desse estudo, que indica que será necessário investir 2,5 milhões de euros em novas infraestruturas e despender 1,3 milhões por ano em custos de exploração, Miguel Freitas fez uma extrapolação para todo o país. "Se eu preciso desses montantes para o Algarve, que representa cerca de 10% do país, aplicando esses critérios para o resto do país, e considerando o aumento estimado do número de cães abandonados, a adaptação à nova lei exige 30 milhões de euros em infraestruturas e 20 milhões de euros em custos operacionais".

 

No total, estão em causa 50 milhões de euros, para um período de cinco anos, ou seja, o custo anual rondaria os 10 milhões de euros.

 

O deputado classificou a nova lei dos canis como "boa", mas lamentou a falta de apoios públicos. "O primeiro sinal, de colocar um milhão de euros de apoio [no Orçamento do Estado deste ano] é uma falsa partida e não corresponde ao que o país necessita", colocando "em demasia o ónus nos municípios". "Se não houver uma política nacional de apoio aos municípios, não vejo como é que vamos resolver em dois anos o problema que não resolvemos em 30", disse ainda.

 

Levantamento do estado dos canis adiado até 21 de Julho

 

Como secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Regional, Miguel Freitas lidará bem de perto com esta questão no Executivo. O Governo determinou que se fizesse um levantamento do estado dos canis em todo o país, para perceber quais as necessidades de cada um para cumprirem a lei. Depois desse diagnóstico, será lançado um programa de requalificação dos actuais canis, ou de construção de novas estruturas.

 

Esse levantamento deveria estar concluído até 30 de Junho último, mas o prazo foi prorrogado até 21 de Julho, disseram ao Negócios as Direcções-Gerais de Alimentação e Veterinária (DGAV) e das Autarquias Locais (DGAL). Com base no relatório que for elaborado por estas duas entidades, "os membros do Governo responsáveis pelas áreas da veterinária e das autarquias locais adoptam, por despacho conjunto, um programa de instalação ou requalificação" dos centros de recolha oficial de animais – vulgo canis.

 

O responsável pela área de Veterinária é o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Viana, que será colega de Miguel Freitas no ministério liderado por Luís Capoulas Santos. A área das Autarquias é da responsabilidade de Carlos Miguel, secretário de Estado das Autarquias Locais, que faz parte da equipa do ministro adjunto, Eduardo Cabrita.

Ver comentários
Saber mais Miguel Freitas animais canis centros de recolha oficial DGAV DGAL abate cães gatos
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio