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Silva Lopes defende cortes para quem “recebe do antigamente”

O antigo governador do Banco de Portugal considera que Portugal está num “momento de escolhas muito difíceis”, mas que não há alternativa, é mesmo preciso cortar.

Silva Lopes: "Insistência germânica na austeridade vai ser a desgraça não só de Portugal mas da Europa"
10 de Janeiro de 2013 às 10:40
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“Não podemos ter défices orçamentais como até aqui”, afirmou o antigo ministro, acrescentando que os funcionários públicos terão de voltar a ser sacrificados, pois são uma grande parte da despesa do estado. “Infelizmente ainda temos de cortar aí porque apesar de os funcionários públicos se queixarem muito, ainda têm muitas vantagens relativamente aos outros funcionários”, completou Silva Lopes, em declarações à Rádio Renascença.

 

Silva Lopes dá como exemplo as pensões de alguns deputados que “recebem do antigamente”, com base nos “direitos adquiridos”. “Não lhes tiram isto – tiraram aos novos mas não tiraram aos antigos – eu acho que isso é insustentável e inaceitável, como também são inaceitáveis indivíduos que ganharam reformas de muitos milhares de euros estando a trabalhar para o Estado dois ou três anos. Há muita coisa que se pode fazer”, frisou Silva Lopes em entrevista à Rádio Renascença.

 

“É nas pensões elevadas que se tem de cortar e estou a falar contra a minha própria pensão. Há valores que não são aceitáveis quando comparados com outros tão baixos”, revela. Também criticou as reformas antecipadas, considerando-as para um eventual corte. “Não se podem suportar reformas antecipadas e os funcionários públicos têm optado muito por esta solução”, admitiu o antigo ministro em entrevista ao Dinheiro Vivo.

 

Estas medidas, na visão de Silva Lopes, poderiam evitar o aumento da idade da reforma. “Não me parece que seja correcto atrasar a entrada na reforma. O aumento da idade [da reforma] obrigaria a menos entradas no mercado de trabalho e isso agravaria o desemprego”, concluiu.

 

Silva Lopes frisou ainda que o estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) é meramente indicativo. “Este estudo do FMI dá-nos indicações. Em meu entender, haverá coisas que não são de aceitar, mas há outras, mesmo apesar de serem indesejáveis para certos grupos, vão ter que ser necessárias”, afirma o antigo governador do Banco de Portugal.

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