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PSD acusa a troika de falta de flexibilidade e de ter forçado o Governo a apresentar alteração à TSU

Troika não ajustou o memorando à realidade do País, foi inflexível e com isso forçou o Governo a apresentar a medida de alteração da TSU em Setembro de 2012. Além disso, os técnicos não reproduzem no terreno o que dizem os seus líderes políticos.

Bruno Simão/Negócios
07 de Janeiro de 2014 às 12:15
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O deputado do PSD Nuno Reis interveio esta manhã em nome do seu partido na reunião com a comitiva de eurodeputados que está a avaliar a intervenção da troika na Europa. Apesar de entender que “ainda não é chegado o momento de fazer uma avaliação definitiva do programa”, lançou várias críticas às instituições internacionais. “Fica a sensação que o ponto em que nos encontramos podia ser melhor, e se estamos em condições de sair com sucesso [do programa], podíamos estar ainda melhor do que estamos”, resume.

 

Isso acontece porque “da parte das instituições credoras não houve a necessária incorporação nas actualizações do memorando das consequências que era possível

Fica a sensação que o ponto em que nos encontramos podia ser melhor, e se estamos em condições de sair com sucesso [do programa], podíamos estar ainda melhor do que estamos
 
Nuno Reis
Deputado do PSD

vislumbrar”. “Para além dessa rigidez mental em termos de análise e incorporação nas actualizações do memorando, houve pouca flexibilidade nas avaliações”, lamentou Nuno Reis.

 

Essa falta de flexibilidade levou, aliás, o Governo a apresentar uma medida de alteração da TSU (subida da taxa para os trabalhadores e descida para as empresas), que acabou por não ser aplicada. Na quinta avaliação, no final de Agosto de 2012, “a forma inflexível como os integrantes da troika fizeram e conduziram essa avaliação (…) não deixou grande margem ao Governo” e “fez avançar com uma medida polémica” que “poderia fazer perigar o consenso social”. 

 

Por outro lado, Portugal recebeu a um “sinal errado”, quando “assistimos a um economista chefe colocar em causa a aplicação dos multiplicadores inerentes” ao programa, referindo-se a Olivier Blanchard, do FMI. “Mais tarde a própria responsável máxima” veio “colocar em causa a filosofia subjacente ao próprio memorando e nada disso teve consequências no terreno”, criticou.

 

“Ou as pessoas que se pronunciaram, e que têm elevadas responsabilidades, têm razão e isso devia ter consequências práticas no nosso memorando, ou então não deviam ter-se pronunciado”, concluiu o deputado.

 
Saiba o que é que os eurodeputados perguntaram

Os eurodeputados enviaram 29 perguntas para os responsáveis máximos da troika - Comissão Europeia, BCE e FMI, e ainda para o Eurogrupo e Conselho Europeu. Entre as questões colocadas, os membros do Parlamento Europeu perguntam directamente à troika se algum Estado-membro exigiu a aplicação de medidas específicas para dar o seu aval aos programas, e se estas instituições consideram que "todas as medidas de consolidação/reformas estruturais foram divididas igualmente entre os cidadãos e entre o sector público e privado", uma pergunta que também foi endereçada aos Governos de Portugal, Grécia, Irlanda e Chipre. A cada um destes países foi também perguntado: "Está satisfeito com os objectivos e com os resultados efectivos do programa no seu país?".

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