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Irlanda diz que Europa apoia reembolso antecipado ao FMI, ainda que haja "complicações"

O ministro das Finanças irlandês disse esta sexta-feira que tem o apoio das instituições comunitárias na antecipação da devolução do empréstimo do FMI, mas que não haverá já acordo, até porque há "complicações" como as eleições na Suécia.

Bloomberg
12 de Setembro de 2014 às 12:01
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A reunião informal do Eurogrupo, que decorre esta sexta-feira, 12 de Setembro, em Milão, discute, entre outros pontos, a intenção de Dublin de reembolsar antecipadamente cerca de 18 mil milhões de euros dos 22,5 mil milhões emprestados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), no âmbito do programa de assistência internacional, no valor global de 85 mil milhões de euros.

 

À entrada para o encontro, o ministro das Finanças da Irlanda, Michael Noonan, disse aos jornalistas que, da ronda de conversações que já fez, o país conseguiu o apoio europeu à sua pretensão: "Temos o apoio das instituições. Vou falar com cada ministro individualmente hoje. Não há oposição até agora".

 

No entanto, disse, podem surgir "complicações" e deu o exemplo da Suécia que tem eleições legislativas este domingo, o que atrasa a decisão.

 

Assim, a Irlanda não espera uma decisão formal para já, nem na reunião de hoje do Eurogrupo nem na reunião de sábado do Ecofin (com os 28 ministro das Finanças da União Europeia), mas o governante disse esperar que a iniciativa avance e que seja possível fazer poupanças já no Orçamento do Estado deste ano.

 

Michael Noonan afirmou ainda que o parlamento alemão pode votar já no início de Outubro a iniciativa da Irlanda, depois de o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, apresentar a intenção irlandesa ao Bundestag para aprovação.

 

No âmbito do programa de resgate, além de ter recebido dinheiro dos fundos europeus, a Irlanda recebeu ainda empréstimos bilaterais de Dinamarca, Reino Unido e Suécia.

 

A antecipação do pagamento do empréstimo do FMI necessita da autorização da Europa, já que nos contratos dos resgates ficou estabelecido que, se os empréstimos do FMI fossem reembolsados antes do prazo, os credores europeus teriam o direito de exigir o mesmo.

 

As reuniões do Eurogrupo e do Ecofin irão, assim, discutir se os parceiros europeus poderão vir a abdicar desse direito no caso irlandês e aceitar que o FMI seja reembolsado primeiro, o que abriria um precedente para outros países. O Governo português já assumiu que está a analisar a questão, mas sem tomar uma posição formal para já.

 

Hoje, na mesma declaração aos jornalistas, o ministro das Finanças irlandês considerou que Portugal não tem vantagem no presente em pagar antecipadamente o empréstimo do FMI, como a Irlanda quer fazer, mas que será uma boa estratégia no futuro se os juros da dívida continuarem a descer.

 

"Falei com Maria Luís Albuquerque e Portugal certamente apoia-nos. Acho que não é oportuno para Portugal fazer o mesmo por agora, mas poderá ter vantagem no futuro" se as taxas de juro descerem ainda mais, declarou.

 

Ainda nas declarações aos jornalistas, o ministro irlandês anunciou uma revisão em alta das previsões de crescimento, que disse que deverão ficar acima de 3% este ano. As previsões anteriores colocam o Produto Interno Bruto (PIB) da Irlanda a crescer em torno de 2%.

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