Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

FMI: Portugal deve criar entidade que acelere reestruturação de dívida empresarial

A reestruturação da dívida empresarial está a ocorrer de forma demasiado lenta e exige uma "solução sistémica", defende o FMI, que propõe um organismo que consiga pressionar bancos e empresas a reestruturar dívidas.

Miguel Baltazar/Negócios
18 de Maio de 2015 às 16:52
  • 1
  • ...

O FMI volta a insistir na urgência de acelerar a reestruturação da dívida empresarial, um dos factores que travará a recuperação económica, visto que a experiência histórica mostra que o elevado nível de crédito malparado limita tanto a capacidade de investimento das empresas como a dos bancos de ceder novos empréstimos à economia. No relatório de avaliação da situação económica nacional ao abrigo do artigo IV, a instituição defende mesmo a criação de um organismo "com recursos suficientes" para pressionar bancos e empresas a avançarem mais depressa com a reestruturação da dívida privada.

 

"É precisa uma solução sistémica para o problema de excesso de endividamento", lê-se nas conclusões do relatório do artigo IV do FMI, onde os técnicos do Fundo escrevem que "não só os bancos mantêm muito mau crédito no balanço, o que ameaça a estabilidade financeira, como também são incapazes de financiar a retoma".

 

Em conferência telefónica a partir de Washington Subir Lall, o chefe de missão do FMI, explica que "as condições financeiras agora estão muito favoráveis", o que até permitiu aos bancos regressar aos lucros no primeiro trimestre, o que reforça a oportunidade de avançar com medidas que acelerem a reestruturação de dívida. "Podemos aguardar que o crescimento chegue e reduza a dívida, ou podemos tentar reduzir as dívidas de forma a ajudar ao crescimento", analisou, preferindo a segunda opção, até porque há sempre o risco de "acabarmos numa situação de crescimento baixo e desalavancagem baixa", avisou, defendendo as vantagens de uma entidade que incentive a reestruturação de dívidas.   

 

No relatório os técnicos de Washington defendem que "uma abordagem sistémica, liderada por uma entidade com recursos suficientes e influência sobre os bancos poderia colocar o processo em movimento", acrescentando que "uma abordagem standardizada conduzida pelos bancos, com metas temporais definidas que leve os bancos a aumentar capital, aumentar as provisões e a acelerar o ritmo de limpeza de balanços de forma a lidar com a reestruturação de dívidas poderia abrir caminho para recuperar o fluxo de crédito a empresas viáveis, e a suportar o crescimento económico".

Ver comentários
Saber mais FMI desalavancagem dívida
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio