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Bruxelas: Se saída limpa correr mal por causa do Governo, Portugal não poderá pedir cautelar

A Comissão Europeia avisa o Governo português que se o pós-troika correr mal internamente, devido a medidas "menos saudáveis", Lisboa não poderá pedir um programa cautelar para enfrentar a pressão dos mercados.

Sara Matos/Negócios
15 de Maio de 2014 às 14:33
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Fonte oficial da Comissão sublinhou esta quinta-feira, 15 de Maio, que Bruxelas espera que Portugal seja bem sucedido na sua "saída limpa" do programa. No entanto, caso isso não aconteça, há dois cenários a considerar, com consequências muito diferentes para o País.

 

"Se algo correr mal, acho que podemos diferenciar duas possibilidades. Se Portugal continuar a aplicar medidas saudáveis e algo correr mal no ambiente externo, Portugal tem o direito de pedir uma linha de crédito cautelar", explicou o funcionário da Comissão. "Mas se algo correr mal internamente e as medidas se tornarem menos saudáveis, teremos uma discussão mais difícil sobre um segundo programa e não seria cautelar."

 

Ou seja, se as instituições europeias considerarem que Portugal relaxou em excesso o esforço de reforma e consolidação orçamental, exigirão um novo resgate para responder a eventuais dificuldades de financiamento da República. A mesma fonte referiu, contudo, que se tratam de "cenários hipotéticos" e que a expectativa de Bruxelas é que "o Governo continue a aplicar políticas saudáveis".

 

Esta é uma versão mais recuada daquilo que o presidente do Eurogrupo já tinha afirmado ao Expresso. Na semana passada, Jeroen Dijsselbloem foi muito claro sobre o que aconteceria se a "saída limpa" correr mal. "Na prática estamos a falar, em teoria, de uma situação em que Portugal já não teria acesso aos mercados financeiros, o que levaria Portugal de novo para um programa, um programa normal, com empréstimos e condições", admitiu.

 

"Há limites àquilo que pode ser oferecido nas eleições"

 

A Comissão Europeia sabe que as eleições europeias deste mês e as legislativas de 2015 aumentarão o risco político no período pós-troika. Embora confiem que "a memória da crise não desapareceu" e que "trará alguma disciplina", reconhecem que "sempre que há eleições, há risco político".

 

Tal como a troika já tinha referido anteriormente, Bruxelas espera que o Executivo perceba que é necessário continuar as reformas e que "os mercados podem não responder bem" a medidas "menos saudáveis".

 

"Há limites àquilo que pode ser oferecido em promessas eleitorais", afirmou a mesma fonte comunitária.

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