Notícia
Uma família muito moderna
Barack, Michelle, Malia e Sasha abriram a Casa Branca aos cidadãos. Os norte-americanos renderam-se ao estilo informal dos Obama. Michelle sai do posto de primeira-dama como uma “mom-in-chief” altamente presidenciável.
A família Obama marcou uma posição na sociedade norte-americana não só pelo que disse, mas também pelo que ficou dito de forma não verbal. Pelo estilo. Pelas acções. Barack, Michelle, Malia e Sasha abriram a Casa Branca aos cidadãos.
Barack Obama é conhecido por todos, e idolatrado por muitos, pelos seus dotes oratórios. Mas a linguagem corporal do Presidente também deixou uma marca forte. E não apenas a dele. A primeira-dama Michelle e até as filhas do casal também imprimiram o seu estilo forte e popular. Como titula um texto de Robin Givhan, editora de moda do Washington Post: "Para os Obama, ser 'cool' faz parte do trabalho." A linguagem corporal do primeiro Presidente e da primeira-dama negros na História dos Estados Unidos falava intimamente para os afro-americanos, traça Robin Givhan. Um estilo que, segunda a editora de moda, reflectia também a sua "cultura contemporânea", algo que terá ficado claro quando, na campanha de 2008, Barack e Michelle "chocaram punhos" em vez de um convencional dar de mãos. Como amantes da cultura pop, os representantes da Casa Branca tiveram a comunicação facilitada com o público. "Agora sou primeira-dama, mas nem sempre o fui. Sou um produto da cultura pop. Sou consumidora da cultura pop e sei aquilo que mexe com as pessoas", admitia a inquilina da Casa Branca numa entrevista à revista Variety. Para a historiadora Raquel Varela, Michelle esteve longe de ser uma "primeira-dama clássica". Teve "atitudes mais simpáticas, uma atitude intelectual e uma personalidade muito mais próxima" do que o habitual. Na opinião da escritora Inês Teotónio Pereira, ex-deputada do CDS-PP, "estas lufadas de ar fresco nas lideranças são excelentes", pelo que o casal Obama ficará "para a História como o primeiro a inaugurar esse estilo" mais informal e próximo das pessoas.
Além da "popularidade" evidente do casal Obama, Barack e Michelle souberam usar as redes sociais quase como [John F.] Kennedy soube, na altura, aproveitar a televisão, salienta Inês Teotónio Pereira. Para a ex-deputada do CDS, essa capacidade criou, junto dos cidadãos, a percepção de uma proximidade com a Presidência nunca antes sentida. Com os Obama, a Casa Branca deixou de ser intangível. As filhas Obama também contribuíram para isso. "Estas miúdas são encantadoramente normais", apesar do "fardo de representarem a raça [negra]", expressou, ao Washington Post, Emily Bernard, professora da Universidade do Vermont.
Nos últimos oito anos, Michelle Obama centrou a sua acção na promoção do desporto, da alimentação saudável, do combate à obesidade e na defesa do sucesso escolar. Sempre com as desigualdades como pano de fundo, até porque a obesidade afecta desproporcionalmente as famílias mais pobres e as crianças de raça negra, sublinhou a primeira-dama. Foi criticada pela "ligeireza" destas opções e respondeu: "Foram as minhas escolhas e tentei enfrentá-las da forma mais autêntica possível." Talvez por isso nunca tenha deixado de, apesar das críticas aos "braços muito musculados", usar vestidos de manga cava. E hoje Michelle é, até, um forte ícone de moda. E uma força política. "[Michelle] foi ganhando influência como primeira-dama (...) e foi uma das poucas a fazer aprovar legislação", destaca, citada pela NBC, Allida Black, historiadora oficial das primeiras-damas. Já Raquel Varela considera que Michelle Obama manteve "um apoio acrítico a todo o legado do marido sem se envolver na sua administração".
Michelle entrou na Casa Branca com a intenção de proteger a sua intimidade e a da família. Sai agora com elevados índices de popularidade e como uma das mais proeminentes figuras políticas do país. Depois de ter feito campanha pela eleição daquela que seria a primeira Presidente norte-americana, vários apoiantes apelam ao seu regresso à Casa Branca. Não como primeira-dama, mas como Presidente.
Na Convenção Democrata de 2012, Michelle disse exercer o "mais importante cargo do mundo: 'mom-in-chief'". Mas, em Novembro, em entrevista à Vogue, admitia já não conhecer o futuro. Garantia apenas: "Estarei sempre envolvida, de alguma forma, com o serviço público." "[Michelle Obama] irá, naturalmente fazer carreira. Ao contrário das aparências e da propaganda, nem as filhas nem o marido são o seu projecto de vida", considera Raquel Varela, que antevê, para a mulher de Barack, um "papel de destaque na política americana". Mais cautelosa, Inês Teotónio Pereira diz que a "isso só o futuro responderá".
As melhores fotos de Obama:
Barack Obama é conhecido por todos, e idolatrado por muitos, pelos seus dotes oratórios. Mas a linguagem corporal do Presidente também deixou uma marca forte. E não apenas a dele. A primeira-dama Michelle e até as filhas do casal também imprimiram o seu estilo forte e popular. Como titula um texto de Robin Givhan, editora de moda do Washington Post: "Para os Obama, ser 'cool' faz parte do trabalho." A linguagem corporal do primeiro Presidente e da primeira-dama negros na História dos Estados Unidos falava intimamente para os afro-americanos, traça Robin Givhan. Um estilo que, segunda a editora de moda, reflectia também a sua "cultura contemporânea", algo que terá ficado claro quando, na campanha de 2008, Barack e Michelle "chocaram punhos" em vez de um convencional dar de mãos. Como amantes da cultura pop, os representantes da Casa Branca tiveram a comunicação facilitada com o público. "Agora sou primeira-dama, mas nem sempre o fui. Sou um produto da cultura pop. Sou consumidora da cultura pop e sei aquilo que mexe com as pessoas", admitia a inquilina da Casa Branca numa entrevista à revista Variety. Para a historiadora Raquel Varela, Michelle esteve longe de ser uma "primeira-dama clássica". Teve "atitudes mais simpáticas, uma atitude intelectual e uma personalidade muito mais próxima" do que o habitual. Na opinião da escritora Inês Teotónio Pereira, ex-deputada do CDS-PP, "estas lufadas de ar fresco nas lideranças são excelentes", pelo que o casal Obama ficará "para a História como o primeiro a inaugurar esse estilo" mais informal e próximo das pessoas.
Nos últimos oito anos, Michelle Obama centrou a sua acção na promoção do desporto, da alimentação saudável, do combate à obesidade e na defesa do sucesso escolar. Sempre com as desigualdades como pano de fundo, até porque a obesidade afecta desproporcionalmente as famílias mais pobres e as crianças de raça negra, sublinhou a primeira-dama. Foi criticada pela "ligeireza" destas opções e respondeu: "Foram as minhas escolhas e tentei enfrentá-las da forma mais autêntica possível." Talvez por isso nunca tenha deixado de, apesar das críticas aos "braços muito musculados", usar vestidos de manga cava. E hoje Michelle é, até, um forte ícone de moda. E uma força política. "[Michelle] foi ganhando influência como primeira-dama (...) e foi uma das poucas a fazer aprovar legislação", destaca, citada pela NBC, Allida Black, historiadora oficial das primeiras-damas. Já Raquel Varela considera que Michelle Obama manteve "um apoio acrítico a todo o legado do marido sem se envolver na sua administração".
Michelle entrou na Casa Branca com a intenção de proteger a sua intimidade e a da família. Sai agora com elevados índices de popularidade e como uma das mais proeminentes figuras políticas do país. Depois de ter feito campanha pela eleição daquela que seria a primeira Presidente norte-americana, vários apoiantes apelam ao seu regresso à Casa Branca. Não como primeira-dama, mas como Presidente.
Na Convenção Democrata de 2012, Michelle disse exercer o "mais importante cargo do mundo: 'mom-in-chief'". Mas, em Novembro, em entrevista à Vogue, admitia já não conhecer o futuro. Garantia apenas: "Estarei sempre envolvida, de alguma forma, com o serviço público." "[Michelle Obama] irá, naturalmente fazer carreira. Ao contrário das aparências e da propaganda, nem as filhas nem o marido são o seu projecto de vida", considera Raquel Varela, que antevê, para a mulher de Barack, um "papel de destaque na política americana". Mais cautelosa, Inês Teotónio Pereira diz que a "isso só o futuro responderá".
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