Notícia
Uma Angola surpreendente e um ministro que perdeu o pé
Aconteceu em Angola aquilo em que ninguém acreditava. No curto espaço de uma semana foram colocados em prisão preventiva o antigo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, e o líder do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos, filho do ex-presidente José Eduardo dos Santos. João Lourenço parece mesmo querer construir uma nova Angola. Aníbal Cavaco Silva estranhou a não recondução de Joana Marques Vidal. Já devia estar com saudades da política da qual dizia não gostar. A Ryanair levou um puxão de orelhas de Bruxelas e Adalberto Campos Fernandes é um ministro politicamente acabado.
Determinação - Confiança
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A Força
A prisão preventiva de José Filomeno dos Santos, antigo líder do Fundo Soberano de Angola e filho do ex-presidente do país, é uma decisão judicial, mas ninguém tem dúvidas de que contou com o aval do actual chefe de Estado. A decisão teve tanto de inesperado como de contundente e é uma afirmação inequívoca do poder de João Lourenço e da sua promessa de combater a corrupção. Metaforicamente, esta prisão acaba por colocar José Eduardo dos Santos no banco dos réus e põe em estado de alerta todos os que têm telhados de vidro. O novo Presidente de Angola, em menos de um ano, já entrou para a história.
Precaução - Incapacidade
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O eremita
Esta sexta-feira a Ryanair enfrenta mais uma greve dos tripulantes de cabina portugueses e espanhóis, belgas, holandeses, italianos e alemães que obriga a companhia "low-cost" a cancelar 150 aviões. Os tripulantes exigem que seja aplicada a legislação laboral dos seus países de origem, algo que a Ryanair teima em não fazer. Além das perdas que regista com as sucessivas greves, Bruxelas encurralou a empresa ao sentenciar: "Não é a bandeira da companhia aérea que determina a legislação a aplicar. São os locais de onde os trabalhadores saem de manhã e regressam ao final do dia." Uma derrota para Michael O'Leary.
Decepção - Aviso
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A lua
O antigo Presidente da República veio a terreiro considerar "estranhíssimo, tendo em atenção a forma competente como exerceu as suas funções e o seu contributo decisivo para a credibilização do Ministério Público", a não recondução de Joana Marques Vidal na liderança da PGR. Cavaco Silva cai no mesmo logro de outros que mostraram a mesma estranheza, o de considerar que só há uma pessoa competente para exercer aquele cargo, defendendo a sua eternização. Além disso é uma posição que menoriza o Ministério Público como um todo. Ainda alguém acredita que Cavaco Silva não gostava de política?
Distúrbio - Fuga
![Distúrbio - Fuga](https://cdn.jornaldenegocios.pt/images/2018-09/img_715x445$2018_09_28_11_55_50_339967.png)
A carruagem
A decisão de suspender a transferência da sede do Infarmed de Lisboa para o Porto é a morte política do ministro da Saúde. Adalberto Campos Fernandes deu a cara por uma mudança que resultou de uma acção de oportunismo político, e agora teve de voltar a assumir o protagonismo para vir a público anunciar que a mesma foi suspensa, passando a bola para uma comissão da Assembleia da República que vai acompanhar os processos de descentralização dos serviços públicos. A prudência agora demonstrada vem com atraso de um ano. O pecado original de um anúncio despropositado não tem remissão.