Notícia
Ode à sardinha
Numa noite de véspera de São João, o fotojornalista Alfredo Cunha partiu de Matosinhos, embarcou na traineira “Henrique Cambola” com os homens do mar e foi registar os movimentos dos pescadores, das suas redes e pescados. O resultado está na exposição “Uma noite no mar”, presente no Museu Marítimo de Ílhavo até ao dia 30 de Setembro.
"Uma noite no mar"
Museu Marítimo de Ílhavo
Fotografias de Alfredo Cunha
É uma espécie de vida curta, delicada, frágil e muito sensível a alterações climáticas. Falamos da sardinha, que historicamente é a grande pescaria portuguesa. Numa noite de véspera de São João, o fotojornalista Alfredo Cunha partiu de Matosinhos, embarcou na traineira "Henrique Cambola" com os homens do mar e foi registar os movimentos dos pescadores, das suas redes e pescados. O resultado está na exposição "Uma noite no mar", presente no Museu Marítimo de Ílhavo até ao dia 30 de Setembro.
"A pesca da sardinha é uma saga humana pouco mais do que invisível. Ocultada pelo imaginário épico que costumamos associar às pescas longínquas no Atlântico Norte e no Atlântico Sul - bacalhau e pescada -, a sardinha só é objecto de lembrança quando, ciclicamente, há notícia de naufrágios e de vidas perdidas no mar, ou quando se reabrem debates efémeros em torno da escassez do recurso", escreve, no catálogo da exposição, Álvaro Garrido, consultor do Museu Marítimo de Ílhavo e professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
"Por se tratar de uma pesca costeira ou do largo, julga-se que os trabalhos e as horas dos homens que vão a bordo e que da sardinha vivem são menos cruéis do que o labor da grande pesca ou das fainas épicas do mar português. São inúmeros os testemunhos literários, do cinema e das artes plásticas, nomeadamente as criações de estrangeiros, sobre as pescas do bacalhau, do atum e da baleia", refere Álvaro Garrido. "A própria 'arte de xávega', cuja etnografia humana mantém uma relação tensa com o turismo e ameaça a sustentabilidade, despertou múltiplos olhares de fora e documentos visuais que o cinema novo consagrou", acrescenta. "A pesca da sardinha é uma realidade muito mais oculta, anti-épica, mas nem por isso menos dramática e profundamente humana, mesmo na era dos aparelhos electrónicos que invadiram a casa do leme".
Museu Marítimo de Ílhavo
Fotografias de Alfredo Cunha
É uma espécie de vida curta, delicada, frágil e muito sensível a alterações climáticas. Falamos da sardinha, que historicamente é a grande pescaria portuguesa. Numa noite de véspera de São João, o fotojornalista Alfredo Cunha partiu de Matosinhos, embarcou na traineira "Henrique Cambola" com os homens do mar e foi registar os movimentos dos pescadores, das suas redes e pescados. O resultado está na exposição "Uma noite no mar", presente no Museu Marítimo de Ílhavo até ao dia 30 de Setembro.
"A pesca da sardinha é uma saga humana pouco mais do que invisível. Ocultada pelo imaginário épico que costumamos associar às pescas longínquas no Atlântico Norte e no Atlântico Sul - bacalhau e pescada -, a sardinha só é objecto de lembrança quando, ciclicamente, há notícia de naufrágios e de vidas perdidas no mar, ou quando se reabrem debates efémeros em torno da escassez do recurso", escreve, no catálogo da exposição, Álvaro Garrido, consultor do Museu Marítimo de Ílhavo e professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
"Por se tratar de uma pesca costeira ou do largo, julga-se que os trabalhos e as horas dos homens que vão a bordo e que da sardinha vivem são menos cruéis do que o labor da grande pesca ou das fainas épicas do mar português. São inúmeros os testemunhos literários, do cinema e das artes plásticas, nomeadamente as criações de estrangeiros, sobre as pescas do bacalhau, do atum e da baleia", refere Álvaro Garrido. "A própria 'arte de xávega', cuja etnografia humana mantém uma relação tensa com o turismo e ameaça a sustentabilidade, despertou múltiplos olhares de fora e documentos visuais que o cinema novo consagrou", acrescenta. "A pesca da sardinha é uma realidade muito mais oculta, anti-épica, mas nem por isso menos dramática e profundamente humana, mesmo na era dos aparelhos electrónicos que invadiram a casa do leme".