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Cinco sugestões imperdíveis para “cultivar” neste fim de semana
Do cinema documental às fotografias de Manoel de Oliveira. Dos loucos anos 20 à excentricidade de Marlene Monteiro Freitas. Se sair de casa, que seja por bons argumentos como estes.
DOCLISBOA
A pandemia mudou o formato do DocLisboa. Nesta 18ª edição, o festival dedicado ao cinema documental vai estender-se por seis momentos, até março do próximo ano, com mais de 200 filmes. Uma secção dedicada às questões laborais e uma retrospetiva ao cinema da Geórgia contam-se entre os argumentos fortes da programação. Para este sábado à noite, na Culturgest, está marcada a estreia de "Guerra", filme assinado por José Oliveira e Marta Ramos sobre as memórias difíceis despertadas pela guerra colonial. Já para domingo, o destaque vai para "Kubrick by Kubrick", onde é revisitado o legado do realizador norte-americano na primeira pessoa.
FOLLE ÉPOQUE
Esta é daquelas coincidências temporais que nos fazem (ou deviam fazer) pensar. Há um século, o mundo despertava para a prosperidade dos "Loucos Anos 20". Agora, esta nova década de 20 define-se como "louca" por motivos completamente diferentes. É esse paralelismo entre tempos – com uma reflexão despertada ainda antes de ter surgido a pandemia - que o coletivo SillySeason apresenta no mais recente trabalho, em cena no Teatro Carlos Alberto, no Porto, este fim-de-semana. Do excesso à contenção, as duas décadas são assombradas pela catástrofe iminente. A história repete-se. Saberemos aprender com ela e evitar novas guerras?
MANOEL DE OLIVEIRA FOTÓGRAFO
São mais de uma centena de fotografias, que revelam uma faceta até agora desconhecida de Manoel de Oliveira. Os registos fotográficos faziam parte do arquivo pessoal do realizador, depositado em Serralves. Agora, a Casa do Cinema Manoel de Oliveira dedica-lhes uma exposição. Capturadas entre finais de 1930 e meados de 1950, as fotografias são encaradas como um instrumento de pesquisa e experimentação para o trabalho que o criador haveria de desenvolver nas imagens em movimento. Com curadoria de António Preto, a exposição estará patente até 18 de abril.
HORTAS DE LISBOA
Há muito que as hortas são uma parte integrante de Lisboa, mais precisamente desde a Idade Média. É a esse amplo percurso temporal que se desafia a nova exposição do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, para perceber os modos como as hortas marcaram a subsistência, as relações humanas e a própria paisagem da cidade. Nesta empreitada, a mostra socorre-se de diferentes materiais, desde mapas a pinturas, passando por vídeos e fotografias (como a do destaque do artigo). Se não conseguir visitar neste fim de semana, não se preocupe: a exposição estará patente até setembro do próximo ano.
JAGUAR
Há umas semanas, Marlene Monteiro Freitas estreou o seu mais recente trabalho, "Mal - Embriaguez Divina", em Lisboa. Agora, a coreógrafa cabo-verdiana invade o Teatro Municipal do Porto durante duas semanas para apresentar três peças e um programa paralelo de conferências, conversas e sessões de cinema. Para este sábado, às 19h00 no Teatro do Campo Alegre, está marcada a apresentação de "Jaguar", uma criação sobre o modo como somos manuseados e acionados mas ainda assim nos continuamos a entregar nas mãos dos outros.