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Sucesso na OPA à EDP exige prémio de 20%, defende Haitong

O banco de investimento chinês atribui uma probabilidade de 40% ao surgimento de ofertas concorrentes ou revisão em alta da contrapartida. Neste cenário, avalia as acções em 3,60 euros.

Bruno Colaço
17 de Maio de 2018 às 07:15
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A ideia que o preço da OPA da China Three Gorges sobre a EDP é "baixo" e não reflecte um prémio de controlo é partilhada pela generalidade dos analistas. Também a gestão da EDP chegou à mesma conclusão, citando a "prática seguida no mercado europeu das ‘utilities’ nas situações em que existiu aquisição de controlo".

Então qual será o preço que os chineses (ou outros investidores) devem colocar em cima da mesa para conseguir a administração e os accionistas? São poucos os bancos de investimento que arriscam atirar um valor. A maioria diz apenas que 3,26 euros por acção é uma contrapartida "insuficiente", mas há quem o já tenha feito.

É o caso do Haitong, que coloca a fasquia nos 20%, mais de quatro vezes acima do prémio de 4,8% que a CTG ofereceu, quando comparado com a cotação na sessão anterior ao lançamento da oferta (3,11 euros). "Acreditamos que esta iniciativa da CTG pode originar o surgimento de ofertas concorrentes, sobretudo considerando a atractividade dos activos de energias renováveis da EDP e a actual onda de fusões e aquisições no sector.

Para nós, tendo este concurso já começado, por forma a ter sucesso, qualquer oferta terá de incluir um prémio de controlo significativo", diz o analista Jorge Guimarães, que fixa este prémio em 20%.

O banco de investimento atribui uma probabilidade de 40% ao cenário de surgirem ofertas concorrentes ou a CTG ser obrigada a rever a contrapartida. Neste caso avalia as acções da EDP em 3,6 euros, que resulta da adição de 20% ao preço a que o Haitong avalia cada acção da eléctrica (3 euros).

Apesar de admitir uma probabilidade elevada à possibilidade de surgirem ofertas concorrentes/revisão em alta do preço, o cenário central é o de a OPA seguir em frente nas actuais condições. Daí que o preço-alvo que o Haitong definiu para as acções da EDP seja 3,37 euros. Ao falhanço da OPA o banco de investimento chinês atribui uma probabilidade reduzida (10%).

Múltiplos atiram preço para 4,20 euros
O BBVA é o outro banco de investimento que definiu um valor que considera justo numa oferta sobre a EDP que incorpore a aquisição de controlo. Para tal utilizou os múltiplos de transacções semelhantes e aplicou-os aos activos da EDP: 12 vezes o "enterprise value"  (EV) sobre o EBITDA para os activos regulados na Ibéria, 10x EV/EBITDA para os activos de energias renováveis e 8x EV/EBITDA para o Brasil. Assumindo estes múltiplos, o banco de investimento espanhol chegou a um valor de 4,20 euros por acção para a EDP. Um valor que se encontra 29% acima da contrapartida da OPA e é 35% superior à cotação da EDP antes da oferta (3,11 euros). Entre os mais de 20 analistas que seguem a EDP, o BBVA é o mais optimista, tendo elevado o preço-alvo para 3,60 euros.

Nem todos os analistas avançam com projecções tão optimistas para a EDP. São vários os que continuam a avaliar os títulos abaixo da OPA e também há quem alerte ser pouco provável o surgimento de ofertas concorrentes. É o caso do BNP Paribas, que considera que a EDP já estava a transaccionar acima dos seus fundamentais e com um ângulo especulativo de fusões e aquisições.

Quanto a ofertas concorrentes, alerta que "será pouco provável", dado que a "força financeira da CTG parece ser superior" à dos potenciais candidatos (Gas Natural, Endesa, Enel e Engie). Além disso os accionistas chineses controlam 28% do capital e "não estão disponíveis para vender". 

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