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Produtora de alumínio Rusal cai quase 50% após sanções dos EUA
O novo pacote de sanções aplicado por Washington a um conjunto de oligarcas e empresas russas está a provocar fortes perdas na bolsa russa. A Rusal perdeu quase metade do seu valor bolsista depois de ser incluída na lista de sanções norte-americanas. A bolsa russa está a afundar mais de 8%. O rublo desliza 2,5%.
Afundou quase 47% na bolsa russa e 50% na bolsa de Hong Kong. Este é o retrato da negociação bolsista da produtora de alumínio russa Rusal na sessão desta segunda-feira, 9 de Abril. Esta manhã, foram transaccionados perto de 43 milhões de títulos accionistas da empresa, o que compara com a média diária dos últimos seis meses de cerca de 3,2 milhões de acções. Na sexta-feira, já depois do anúncio das sanções, foram negociados mais de 30 milhões de acções.
A Rusal é o exemplo mais saliente da vaga de fortes quedas que atingiu o mercado bolsista russo depois da nova onda de sanções anunciada na sexta-feira passada pelas autoridades dos Estados Unidos, destinada a atingir alguns dos maiores oligarcas russos e empresas do país.
Oleg Deripaska, ex-presidente da Rusal, e Viktor Vekselberg, dois oligarcas com fortes ligações ao Kremlin foram os principais alvos das novas penalizações decretadas por Washington.
Apesar das garantias do governo russo de que continuará a apoiar as empresas atingidas pelas sanções, o receio do impacto das mesmas na capacidade de financiamento destas gigantes industriais, cujas operações são globais, está a contribuir para as perdas sentidas esta segunda-feira.
A Rusal, que é uma das maiores produtoras mundiais de alumínio – a maior sem contar com as produtoras chinesas -, registou fortes perdas depois de ter anunciado que que as sanções americanas poderão provocar incumprimentos no pagamento dos seus créditos. Como tal, pediu aos seus clientes para suspenderem pagamentos.
As sanções, aliadas às novas tarifas aduaneiras impostas por Washington sobre as importações de aço e alumínio, estão a levar à valorização destes metais. Desde logo porque porque ficou significativamente mais arriscado para a generalidade das empresas negociarem com a Rusal, defende David Fickling, especialista em matérias-primas citado pela Bloomberg.
O valor do alumínio já cresceu 4% face ao receio dos investidores acerca do impacto que as sanções poderão provocar na Rusal e, consequentemente, na oferta global da matéria-prima.