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Nove anos depois, S&P 500 alcança o “bull market” mais longo de sempre

O norte-americano S&P 500 está prestes a superar uma marca importante. O índice vai alcançar o “bull market” mais longo da história após o fecho de Wall Street, à boleia do crescimento económico nos EUA e dos fortes resultados das empresas.

Rita Atalaia ritaatalaia@negocios.pt 22 de Agosto de 2018 às 15:20

Hoje o dia é de "festa" em Wall Street. E o maior índice mundial, o S&P500, será a estrela: vai alcançar o período mais longo de ganhos de sempre sem uma correcção de 20%, o chamado "bull market". Contudo, nem todos concordam com este conceito, o que leva alguns investidores a duvidarem que esta marca importante seja mesmo ultrapassada assim que a sessão terminar no outro lado do Atlântico.

Foi em 2009 que o norte-americano S&P500 tocou um mínimo de 666 pontos. Esta quarta-feira, 22 de Agosto, quando encerrar a sessão, terão passado 3.453 dias desde que alcançou esse fundo e deu início a uma rota de recuperação. Desde então, mais do que quadruplicou em termos de valor e superou o desempenho dos principais concorrentes a nível global. "O desempenho dos EUA é positivo – e muito melhor em comparação com os outros mercados", afirmou Howard Silverblatt, analista da S&P Dow Jones Indices, à BBC.
 

Esta maré de ganhos tem sido influenciada não só pelos fortes resultados empresariais para o trimestre, mas também pelo crescimento económico nos EUA. Uma expansão que não se vai limitar ao outro lado do Atlântico: os investidores apostam que a economia global vai continuar a acelerar a um ritmo estável. Isto apesar da turbulência em alguns mercados emergentes, como é o caso da Turquia ou Venezuela, a tensão causada pelas conversações comerciais entre os EUA e a China, mas também os receios com o impacto da subida de juros por parte da Reserva Federal dos EUA.

Apesar destes percalços, os três índices de Wall Street estão a registar ganhos em 2018. O S&P500 avança mais de 7% desde o início do ano, tendo tocado um máximo histórico na terça-feira. Já o Dow Jones valoriza quase 4% e o tecnológico Nasdaq sobe 12,2%. Uma subida, dominada sobretudo pelas gigantes tecnológicas Apple, Amazon e Alphabet, que deve continuar. "É bem possível que o mercado mantenha o desempenho positivo", afirmou Don Towns, director de estratégia de acções da Conning & Co, ao The Wall Street Journal.

Este tom positivo no mercado não se compara, contudo, aos ganhos no maior "bull market" registado anteriormente. Foi em Março de 2000 que o maior índice mundial, o S&P500, avançou 417% ao longo de 3.452 dias, muito distante da actual subida de 330% desde 2009.

 


"Bull market" mais longo de sempre? Só para alguns 

 

O facto de ser o período mais longo também desperta dúvidas no mercado. Enquanto alguns investidores consideram que o índice S&P500 vai alcançar o maior "bull market" de sempre - ou seja, o período mais longo na história sem correcções superiores a 20% - outros não fazem esta interpretação.

 

"Há muitos dados incorrectos", afirma Mark Hulbert, editor da Hulbert Financial Digest, à Bloomberg. "As pessoas assumem que o bull market começou a 9 de Março de 2009. Dependendo com quem falamos, já houve um ou dois bear markets ao longo deste período", salienta.

 

Há muitas dúvidas em relação a como se deve medir um "bull market". "Se arredondarmos as percentagens, vamos registar um determinado número de bull markets. Se não arredondarmos, o número já será diferente", defende Justin Walters, co-fundador do Bespoke Investment Group. Ou seja, explica, se os investidores decidirem que uma queda de 19,92% não é uma perda de 20%, então o "bull market" prolonga-se durante mais tempo e o recorde demora mais a ser superado. 

 

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